O tema "One Woman", que será divulgado naquele dia, foi gravado com a participação de cantoras e músicos de 20 nacionalidades diferentes. Ao lado de Ana Bacalhau estão, por exemplo, Angelique Kidjo (Benin), Anoushka Shankar (Índia), Rokia Traoré (Mali), a espanhola Concha Buika e a brasileira Bebel Gilberto.
A iniciativa partiu da UN Women, agência da ONU para a igualdade de género e capacitação das mulheres, que subordinará este ano a efeméride a um compromisso: "É tempo de agir para por fim à violência contra as mulheres".
O tema, da autoria de Graham Lyle e Fahan Hassan, foi interpretado pela primeira vez em 2011, na apresentação da agência UN Women, na assembleia geral da ONU, tendo sido regravado em 2012 e 2013, com artistas diferentes.
Em declarações à agência Lusa, Ana Bacalhau manifestou-se honrada por ter sido convidada pela ONU para participar na gravação, por se identificar com a mensagem e com o trabalho desenvolvido pela UN Women.
"Somos todas uma e só mulher, os nossos problemas são comuns, diferentes em grau e gravidade, em circunstância e cultura, mas estamos juntas nisto de ser mulher. A nossa força, juntas, é ainda maior. É a mensagem a canção", disse.
Ana Bacalhau canta em inglês no tema, tendo gravado a sua participação quando esteve em estúdio com os Deolinda a gravar o novo álbum, a editar em março.
A cantora reconheceu que se empenha e preocupa com as questões de direito de género, porque ainda há desigualdades.
"Uma das questões que me foi colocada para responder, quando fiz a canção, foi se eu sentia ainda alguma desigualdade, sendo mulher (...). Sinto em menor grau em relação a mulheres de outros países, mas ainda há resquícios, alguns mais evidentes; alguma desigualdade na forma de tratamento, no acesso ao mundo do trabalho, à forma como fazemos as nossas escolhas pessoais e de vida, ainda somos um bocadinho condicionadas por alguns estereótipos", disse a cantora.
Na interpretação da música participam o músico maliano Bassekou Kouyate, o cantor israelita Idan Raichel, a cantora etíope Meklit Hadero e a malaia Yuna.
Ana Bacalhau recorda que, por trás da ideia dos Deolinda está uma personagem feminina: "Uma mulher forte, uma mulher observadora e uma mulher com voz. As personagens femininas que cantam, todas têm uma enorme força e uma voz ativa a olhar a sociedade, e é assim que eu sou e quero ser. Obviamente que ponho um bocadinho disso, e de mim, na Deolinda".
A ONU associou-se ao Dia Internacional da Mulher em 1975, assinalando-o a 08 de março, mas a assembleia geral da organização só decretou oficialmente a celebração, em todos os Estados-membros, em 1977.
A UN Women foi criada em 2010, para auxiliar os membros da ONU a cumprirem compromissos pela defesa dos direitos das mulheres e da igualdade de géneros.
Lusa
22 de fevereiro
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