Poupar 1.000€

Antes de nos aventurarmos temos de ter a garantia de que temos as costas protegidas. Assim, sugerimos que o seu principal foco seja na constituição de uma poupança mínima de 1.000€. Para muitos pode ser algo fácil mas para outros pode parecer uma miragem, pelo menos é o que nos dizem os dados dos inquéritos às famílias em Portugal. Sim, muitas pessoas não conseguem fazer face a uma despesa imprevista porque não têm dinheiro de parte.

Dispor de uma poupança, por pequena que seja, é sinónimo de tranquilidade. Sabendo que tem dinheiro disponível para eventualidades dá-lhe maior conforto. No entanto, para o fazer, pode ser que tenha de cortar muitos custos ou fazer umas horas extraordinárias. Pode ter de adiar alguma compra ou algum programa em família, mas verá que, no final, acaba por compensar.

Acabar com dívidas de curto prazo

O segundo passo nesta estratégia é acabar com as dívidas de curto prazo. Podíamos ter sugerido que deveria ter um fundo de emergências com um montante maior, mas esse é o passo seguinte. Nesta altura, o foco é acabar com as dívidas que nos levam muito dinheiro em juros. Comos sabemos, os cartões de crédito e os créditos pessoais podem ter taxas próximas de 20%. Assim, por cada 1000€ que deve ao banco tem de pagar 200€ todos os anos, ou quase 17€ por mês. Foque a sua atuação em acabar com estes créditos. No início não notará uma grande diferença, mas passado uns meses irá começar a ver a redução da sua prestação mensal com créditos e uma poupança gigante em juros.

Reforce o seu fundo de emergências

Depois de pagar todas as dívidas de curto prazo, algo que para uns é mais rápido e para outros pode durar alguns anos, é altura de reforçar o seu fundo de emergências. Nesta fase, deve ter 4 a 6 meses de despesas mensais acumuladas numa conta poupança à sua escolha. Nesta altura, estará em condições de começar a construir a sua liberdade financeira. Depois de acabar com as prestações com créditos e se não criou outras necessidades, deverá ser fácil acelerar as suas poupanças, certo?

Poupar e Investir para o Longo Prazo

O quarto passo implica que comece a pensar no seu eu futuro. Já acautelou o presente. Já se livrou de dívidas. Tem poupanças para viver tranquilo. É altura de pensar no seu eu futuro. E o Eu futuro vai querer viver com qualidade de vida e atingir objetivos mais ambiciosos. Cada família tem os seus objetivos e é altura de os definir com rigor, para saber quanto tem de acumular para os atingir. Neste campo, sugerimos que tenha dois cabazes:

  • Poupar para um objetivo específico, seja comprar uma casa, mudar de carro ou ir de viagem prolongada em família. O que seja, descubra quanto custa;
  • Poupar para a reforma, pois sabemos que a nossa primeira pensão será cerca de 50% do nosso último salário. Logo, temos de poupar e de investir para essa fase, talvez contratando um PPR ou uma carteira de fundos de investimento.

Último passo…

O último passo é amortizar o seu crédito habitação. É verdade. Há quem defenda que devemos acabar com todos os nossos créditos para, depois, começarmos a investir. No entanto, sabendo que a dívida da habitação tem uma taxa de juro tão baixa, talvez seja preferível destinar esse dinheiro para investir com taxas mais elevadas.

Se no passo anterior já conseguiu libertar cerca de 10% do seu rendimento líquido para a poupança de longo prazo, foque-se agora em amortizar o crédito habitação. Vá juntando dinheiro e faça amortizações 1 a 2 vezes por ano de montantes mais elevados. Mais uma vez, o impacto no curto prazo é reduzido, mas estará a fazer um investimento de longo prazo enorme (imagine o que vai poupar em juros e prémios de seguro de vida desnecessários).

Ninguém disse que era fácil, mas é possível pôr as finanças em ordem. Aqui deixamos 5 passos que podem aproximar desse objetivo. E já agora, se quiser mais dicas de poupança, veja a nossa lista com 30 dicas para ajudar a cortar custos.!