O plano foi divulgado hoje durante a conferência “Lisboa Mais Verde e Mais Saudável: Os Desafios da Poluição Atmosférica”, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
De acordo Pedro Oliveira, da Direção Municipal do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia da autarquia, os cerca de 200 sensores serão instalados no âmbito de seis projetos e colocados em diversas áreas da cidade, “para conhecer em detalhe a qualidade do ar” e com o objetivo de desenvolver “medidas mais específicas”, focadas “no local”.
De acordo com a apresentação, 80 desses sensores permitirão medir o NO2 (dióxido de azoto) em vários pontos da cidade durante dois anos, e outros para medir partículas atmosféricas serão colocados em viaturas da frota da CML, em bicicletas e em parques hortícolas. Cem destes sensores serão ainda colocados “em ‘hot spots’ e zonas de fundo” de Lisboa para recolha de amostragens.
Entre os pontos que a autarquia conta monitorizar estão os crematórios (Alto de S. João, Olivais I e II e Carnide), considerados como “fontes importantes de poluentes”, a envolvência do Aeroporto, o sistema de extração de ar do Metro de Lisboa e a envolvente do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.
Pedro Oliveira considerou que, “se as pessoas conhecerem informação, de certeza que vão adotar medidas mais conscientes”, pelo que adiantou que a autarquia vai ainda produzir mapas de distribuição dos vários poluentes, reativar o Canal Lisboa para divulgar informação da qualidade do ar, assim como utilizar o site da autarquia.
Os vários participantes na conferência avaliaram a política ambiental da cidade e o impacto do ambiente urbano na saúde, no bem-estar e na economia da cidade, assim como os seus efeitos nocivos para a saúde.
Segundo Dília Jardim, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em Portugal, em média, ocorrem seis mil mortes prematuras por ano devido à poluição do ar. A nível mundial, este número é de sete milhões de mortes anuais.
“Na Europa, a poluição do ar provoca em média mais de mil mortes prematuras por dia, o que é dez vezes superior ao número de mortes em acidentes de viação. Portanto, esta questão é de se tratar de uma morte silenciosa, enquanto o acidente de viação é visível a todos nós choca e faz nos atuar”, disse.
Em preparação está um Plano Nacional de controlo da poluição atmosférica com foco em 2020/30, que irá ser colocado à consulta pública e que enquadrará os planos de melhoria da qualidade do ar elaborados pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), “que fazem a triagem das medidas globais para aquelas que se adequam melhor à sua realidade”, acrescentou.
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