A degradação de plástico por microrganismos não é novidade, uma vez que estão já identificadas mais de 400 espécies capazes de o fazer de forma natural, contudo o processo é bastante lento.
Ou, pelo menos era, até esta equipa de australianos descobrir que há dois tipos de fungos comumente encontrados no solo e em plantas, Aspergillus terreus e Engyodontium album, capazes de degradar plásticos resistentes em apenas 140 dias.
"É a maior taxa de degradação relatada na literatura que conhecemos no mundo", disse o engenheiro químico Ali Abbas, um dos autores do estudo, ao Science Alert.
A experiência foi realizada com polipropileno, um dos plásticos mais utilizados na indústria alimentar e, por isso, um dos mais descartados do mundo, representando cerca de 28% do total de resíduos plásticos.
Em laboratório, os dois fungos foram capazes de decompor entre 25% e 27% das amostra de plástico após 90 dias e, após 140 dias, todo o material havia sido totalmente decomposto.
Anualmente são produzidas cerca de 400 milhões de toneladas de plástico, calculando-se que apenas 10% seja reciclado e 14% utilizado na produção de energia, acumulando-se o restante na natureza, onde leva centenas de anos para se decompor.
Quanto ao polipropileno em específico, por estar frequentemente contaminado com resíduos alimentares, a sua reciclagem fica comprometida, estimando-se que apenas 1% do polipropileno produzido seja reciclado.
Não admira portanto que o trio de cientistas australianos tenha descrito esta descoberta como um "salto importante" no caminho para o desenvolvimento de técnicas biológicas práticas de tratar resíduos plásticos, trazendo novas esperanças quanto ao futuro do ambiente.
Ali Abbas relembra, contudo, que "o método também não substitui os esforços para reduzir o desperdício de plástico", sendo importante continuar a trabalhar na consciencialização do impacto das nossas ações na redução do desperdício.
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