Nunca as pessoas se preocuparam tanto com o planeta como nos dias que correm, apesar das muitas atrocidades ambientais que continuam a ser cometidas. Mas o paradigma tem vindo, lentamente, a mudar. A sustentabilidade ambiental está na ordem do dia e, um pouco por todo o mundo, não faltam empresas que começam a olhar para o seu negócio com preocupações acrescidas. Na Europa, são inúmeros os produtos inovadores que têm chegado ao mercado. Estes são apenas alguns dos muitos exemplos.
1. Salsa
A marca portuguesa fundada em 1994 tem vindo a adotar práticas sustentáveis ao longo dos últimos anos. Em abril, voltou a assumir o compromisso de reduzir a quantidade de água usada na lavagem das gangas que produz. Até 2023, pretende poupar 82 milhões de litros. Nos próximos dois anos, a empresa vai deixar de embalar a roupa que confeciona em plásticos. Com a utilização de embalagens sustentáveis, esta marca nacional conta retirar um milhão de sacos de plástico de circulação.
2. L'Oréal Paris
A empresa francesa, fundada em 1909, não esconde a ambição. Até 2030, tem a intenção de reduzir a sua pegada de carbono até 50% e contribuir com 10 milhões de euros para projetos ambientais. "L'Oréal for the future, because our planet is worth it" é o nome do projeto de sustentabilidade ambiental que a companhia tem em mãos. Entre 2005 e 2020, as fábricas e os centros de distribuição conseguiram reduzir as emissões de CO2 em 82%, o consumo de água em 44% e o desenvolvimento de resíduos em 35%.
Uma das estratégias adotadas pela marca francesa passa por reduzir o tamanho dos produtos e o peso das embalagens. Só a diminuição da quantidade de alumínio utilizado no âmbito da iniciativa L'Oréal Paris Men Expert Carbon Protect permite uma poupança anual de 135 toneladas de alumínio. O recurso a plástico 100% reciclado para o fabrico das suas embalagens também tem vindo a crescer. Na Europa, os champôs e os condicionadores Elvive já só usam tereftalato de polietileno (PET) 100% reciclado.
3. Mango
Palau-solità i Plegamans, em Espanha, foi o local de nascimento da Mango, em 1984. De lá para cá, muito mudou. Hoje, 79% das roupas da marca têm características sustentáveis e, já em 2022, a meta da etiqueta é chegar aos 100%. O uso de fibras e de processos sustentáveis tem permitido reduzir impactos ambientais mas, ainda assim, está nos planos usar apenas algodão sustentável e 50% de poliéster reciclado antes de 2025 e 100% de fibras celulósicas de origem controlada e rastreável até 2030.
4. Breitling
Fundada em 1884 em Saint-Imier, na Suíça, esta luxuosa marca relojoeira tem sabido acompanhar as tendências. No final do ano passado, anunciou o lançamento, nos primeiros meses deste ano, de uma caixa de relógios dobrável e reutilizável, criada inteiramente a partir de garrafas de plástico recicladas. Mas, antes, já tinha surpreendido o mercado ao lançar modelos com braceletes em econyl, nylon regenerado a partir de redes de pesca dos oceanos e aquicultura e de restos de tecidos e tapetes.
5. H&M
A marca sueca, sediada em Estocolmo, é outra das empresas europeias que têm vindo a apostar numa moda mais ecológica e sustentável. As peças que integram a Colour Story, a nova proposta do conceito Innovation Stories, lançada no passado dia 15 de abril foram produzidas com recurso a corantes vegetais naturais, a métodos de tinturaria mais amigos do meio ambiente, a tecidos orgânicos e a estampados digitais.
Além de fibras obtidas a partir de desperdícios de cânhamo, há propostas produzidas em biomassa de algas e com vidro reciclado. Algumas das peças que integram esta nova coleção foram confecionadas com EVO by Fulgar, um fio biológico derivado do óleo de rícino. Desserto, uma pele vegana produzida a partir de catos, é outra das inovações, tal como o RCOT, um algodão reciclado produzido a partir de desperdícios de algodão.
6. Ferreira de Sá
Foi em maio de 2020 que a Ferreira de Sá, uma empresa familiar fundada em 1946, em Espinho, hoje reconhecida como um dos maiores, mais antigos e mais prestigiados fabricantes de tapeçarias artesanais europeus, anunciou publicamente a aposta na produção de tapetes em econyl, nylon regenerado a partir de redes de pesca dos oceanos e aquicultura e de restos de tecidos e de plásticos industriais e ainda desperdícios de tapeçarias. Neste momento, está disponíveil em 41 cores.
7. Isdin
Foi, nos últimos meses, a primeira companhia espanhola de dermocosmética a obter o certificado B Corp, uma distinção apenas atribuída a empresas que investem e desenvolvem o seu modelo de negócio com o intuito de conseguir um impacto global positivo na sociedade e no meio ambiente. Além de promover programas de consciencialização ambiental, a Isdin desenvolveu fórmulas com ingredientes biodegradáveis em 28 dias que respeitam os ecossistemas marinhos.
8. Amara
Fundada pelo ator Pedro Barroso e pela namorada, a empreendedora Mariana Marques, no início deste ano, durante o período de confinamento, em Freixo, aldeia de Serrazes, no concelho de São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, esta marca de bijutaria artesanal fabricada à mão também tem (muitas) preocupações ambientais. Os sacos em que as peças são embaladadas são em algodão orgânico e contêm a semente de uma árvore. Por cada joia vendida, há um valor que é canalizado para projetos de florestação.
9. Nyha
A primeira coleção cápsula desta nova marca de moda nacional chama-se Copenhagen e todas as peças que a integram têm o nome de locais desta cidade dinamarquesa, uma das mais sustentáveis do mundo. Mas foi no concelho de Guimarães, berço da nacionalidade portuguesa, que duas primas ligadas à indústria têxtil decidiram criar uma etiqueta que aposta no fabrico consciente. Para além do negócio estar assente em matérias primas recicladas e reaproveitadas, a Nyha também aposta em stocks reduzidos.
10. KLM
É a mais antiga companhia aérea comercial europeia ainda em atividade. À semelhança de muitas outras empresas de aviação um pouco por todo o mundo, a KLM, sigla de Koninklijke Luchtvaart Maatschappij, Companhia Real de Aviação em português, sediada em Amstelveen, nos Países Baixos, tem vindo a adotar medidas mais ecológicas.
No fim de abril, anunciou um projeto de renovação total das cabines de 14 aviões Boeing 737-800, usados principalmente em voos europeus. A intenção dos responsáveis da companhia aérea é conseguir uma redução total anual de 812 toneladas de combustível e uma diminuição de 2.576 toneladas em emissões de dióxido de carbono.
11. Peter Jo Kids
Eco-friendly, consciente, casual e moderna, a Peter Jo Kids, fundada no Porto em 2016, é uma etiqueta de moda que recorre às melhores matérias-primas naturais, como o algodão orgânico, o linho, o bambu e o algodão de musselina, para fabricar vestuário com qualidade para meninas dos 0 aos 12 anos. A produção é integralmente feita em território nacional. Além de valorizar e privilegiar os detalhes, esta empresa também está assente numa gestão de stocks sustentável e responsável.
12. Panerai
Relógios produzidos com materiais reciclados e uma parceria com a UNESCO foram o ponto de partida para a criação de um movimento de responsabilidade ambiental que a luxuosa marca de relojoaria italiana aposta para atrair mais consumidores. Com 98,6% de materiais reciclados por peso, o novo relógio Panerai Submersible eLAB-ID, um inovador concept watch, abre um precedente na produção circular de relógios.
As pontes são fabricadas em EcoTitanium, uma liga de titânio reciclado, um metal leve com mais de 80% de conteúdos reciclados. O Panerai Submersible eLAB-ID é também o primeiro relógio a usar SuperLuminova 100% reciclado no mostrador e nos ponteiros e silício 100% reciclado no movimento de escape. Do vidro de safira aos ponteiros em ouro, a maioria dos componentes principais contém materiais reaproveitados.
13. Longchamp
A luxuosa marca de moda francesa fundada em Paris em 1948 pelo empreendedor Jean Cassegrain também já aderiu à nova tendência. As peças da linha Green District, já disponíveis no mercado nacional, foram produzidas a partir de resíduos de nylon recuperados dos oceanos que foram, depois, transformados em fios de nylon regenerados. Moderna e cosmopolita, a coleção Green District alia a elegância e a intemporalidade à inovação do ecnonyl numa linha mais consciente e sustentável.
14. Nivea
Apesar de fazer este ano 110 anos, é uma marca de dermocosmética que continua atenta às necessidades do mercado. No fim de abril, a Beiersdorf, empresa que a comercializa, anunciou o lançamento dos primeiros produtos da Nivea com neutralidade climática numa trintena de países. Portugal é um deles. A gama de cuidados de rosto Nivea Naturally Good inaugura, assim, uma nova estratégia global. As embalagens e as tampas destes novos cremes faciais são feitas de plástico renovável e certificado.
15. C&A
Foi fundada nos Países Baixos em 1841, está sediada na Bélgica mas também tem capital alemão. A coleção de primavera/verão 2021 desta marca de moda foi, à semelhança da de outras etiquetas, produzida com materiais sustentáveis e reaproveitados. A nova linha de fatos de banho e biquínis é fabricada com nylon reciclado. A coleção exclusiva #wearthechange também usa materiais e processos mais ecológicos em comparação com os artigos produzidos de forma convencional.
Comentários