Depois de passado o primeiro ano, muitos portugueses optam por fazer durante um ou dois semestres o Programa Erasmus+. Este programa de intercâmbio de estudantes a nível europeu pretende ser um incentivo à formação e educação em toda a União Europeia, qualificando as novas gerações promovendo a inclusão, o multilinguismo, a igualdade e a proteção e segurança dos participantes.
Para quem experimentou, revela o Erasmus como uma experiência com muitos benefícios de crescimento pessoal. Cada vez mais jovens recomendam a experiência e a mesma é reconhecida por empregadores como uma mais-valia no recrutamento de recursos humanos.
Ainda assim, deve pensar qual o impacto financeiro que o programa terá no seu orçamento familiar. Viver fora do país durante seis meses implica pagar alojamento, refeições, transportes para o local de estudo, material escolar e outras despesas.
Assim, faça estas 4 contas para os seus filhos possam fazer o programa Erasmus:
Qual o custo de vida no país que vai acolher?
Escolher o país onde se quer estudar pode não ser apenas por mero gosto, mas também por capacidade financeira. Ir para a Escandinávia é bastante diferente do que ir para um país do Leste europeu. Ao estar a viver seis meses, terá de despender em alimentação todos os dias e claramente o preço do cabaz familiar difere de país para país.
Em termos financeiros, deve fazer uma estimativa do valor que irá gastar por semana e as utilidades que terá de pagar. Há que também lembrar das taxas de câmbio. Em países com o Euro, as contas são mais fáceis de fazer. Em países não aderentes ao Euro, a moeda pode ser mais "forte" ou mais "fraca".
Por exemplo, em termos de valores aproximados à data, um euro corresponde a sete coroas dinamarquesas, enquanto um euro corresponde a 15 coroas na República Checa. Assim, se quiser comprar um cabaz de produtos em Copenhaga, vai precisar quase do dobro do dinheiro, enquanto que em Praga, com a conversão da moeda, consegue comprar mais com menos dinheiro.
O alojamento é da universidade ou outro apartamento é acessível?
Se uma renda de estudante em Lisboa pode ser acima de 300€, por seis meses de Erasmus, terá de contar com pelo menos 1800€ só para o alojamento. Noutros países pode ser mais barato ou mais caro, dependendo das instalações pedidas.
A sugestão é que procure primeiro as residências de estudantes, que podem ajudar a colmatar a despesa. Estas residências podem ser públicas ou privadas e têm vários serviços cruzados que podem estar incluídos no valor do quarto, como utilidades, cantina no espaço, espaço de estudo, biblioteca para requisitar livros.
Quais as despesas fixas e como posso comparar várias alternativas?
As despesas fixas podem incluir alimentação, transportes, água, eletricidade, gás, entre outros.
Estas despesas fixas não só variam por país, mas também por localização, pelo que deve fazer um retrato completo de todos os cenários.
Por exemplo, se escolher um alojamento perto da universidade, o seu filho pode ir a pé para as aulas, o que pode permitir poupar num passe mensal dos transportes. Contudo, o alojamento perto da universidade pode ser mais caro, pelo que deve comparar com um cenário B, em que um alojamento mais longe da cidade e um passe mensal fica mais barato do que a primeira opção.
Uma boa solução pode ser optar por casas partilhadas, em que as despesas são a dividir e pode assim poupar mais do que espera.
Quantas viagens vai fazer?
Por norma, pensa-se sempre na viagem de ida e de regresso de avião. Contudo, um semestre inclui algumas pausas para festividades, que podem ser passadas com a famílias.
Pense também quanto irá custar estas viagens em época alta do ano. Faças contas da primeira viagem de ida, que também pode querer ir junto, bem como na viagem de volta a casa no intervalo. Se ele voltar para o Natal, terá de pagar mais duas viagens.
Há também quem aproveite as férias para passear por outros países europeus. O pocket money é também um valor a considerar para que os estudantes possam integrar diferentes atividades. Esta pode ser a altura de aplicar parte da conta poupança do jovem para utilizar neste momento, para que possa ter outras experiências.
O programa de Erasmus existe há mais de 25 anos e é cada vez mais utilizado por jovens em toda a Europa. Para que esta experiência seja boa, converse com o seu filho para poderem preparar com antecedência a despesa durante o mesmo, mantendo o seu orçamento familiar como planeado.
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