Num momento de instabilidade financeira para a maior parte das famílias, com o regresso de férias, e com o atual panorama de inflação e aumento de juros, é importante reequilibrar o orçamento familiar. Neste artigo, explicamos-lhe como pode ajustar o orçamento aos próximos meses.

Organizar o orçamento pós-férias

Voltar de férias implica uma reorganização das contas, com todos os gastos que foram feitos. Dependendo do tipo de férias que fez, pode ter gasto mais ou menos.

Pode ter optado por hotel ou apartamento, meia pensão ou completa, aluguer de carro, viagem de avião, carro ou autocarro, atividades, tours, alimentação em restauração ou souvenirs. Pelo que o impacto financeiro depende das opções que tomou previamente.

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Por isso, ao regressar de férias, é importante avaliar a extensão dos gastos e procurar reequilibrar o orçamento.

A primeira coisa que deve fazer é um rastreamento dos gastos, caso não tenha ido apontando ao longo das férias. Consulte os cartões que utilizou nas férias para perceber onde gastou o dinheiro.

Então, avalie o dinheiro que tem agora para organizar os próximos meses e refazer o orçamento mensal familiar.

Ajustar o orçamento com a inflação

Para que reequilibre o orçamento familiar dos próximos meses, deve ter em conta o atual contexto de inflação pelo qual estamos a passar.

A invasão da Ucrânia provocou uma forte subida nos preços da energia, de matérias-primas e de alimentos agrícolas. O que causou também problemas nas cadeias de abastecimento globais.

Atualmente, os indicadores mensais da inflação têm vindo a atingir novos recordes. Em maio, a Zona Euro alcançou a taxa de inflação de 8%.

Então, os produtos de supermercado estão mais caros, o que pode fazer com que tenha de duplicar até o valor das compras mensais, bem como o combustível e serviços de energia.

Ou seja, quando refizer o orçamento familiar dos próximos meses, deve aumentar o valor que tinha estipulado para as compras de supermercado, combustível e serviços de energia.

E uma vez que, assim, o orçamento fica mais apertado, vejamos opções de como pode folgá-lo e poupar mesmo com a inflação.

Cortar em despesas supérfluas

De forma a folgar o orçamento mensal familiar, as primeiras despesas por onde pode cortar são as supérfluas. Isto é, despesas não essenciais.

Não precisa de cortar a 100%, mas reduzir. Por exemplo, despesas com lazer: saídas, comer fora, comprar roupa, são tudo custos que pode ir cortando.

Ou então nos serviços de streaming, se não quiser cortá-los por completo, não precisa de deixar de subscrever. Pode partilhar os serviços com outras pessoas, uma vez que a maior parte permite vários utilizadores, e dividem o custo.

Crédito habitação: alterar a taxa pode ajudar

Outra opção por que pode optar atualmente é a revisão das condições do seu crédito habitação, em especial, da taxa.

A maior parte das pessoas tem uma taxa variável, indexada à Euribor, porque é a que menos custa, por norma. No entanto, isso não se está a verificar perante o panorama atual.

Com a guerra na Ucrânia, os juros têm vindo a subir desde 2021. Então, o Banco Central Europeu tem feito uma subida progressiva das taxas Euribor em todos os prazos.

Por isso, devido à incerteza de não se saber até onde pode ir o aumento destas taxas, a taxa fixa e a taxa mista devem ser ponderadas caso queira poupar.

A taxa fixa no seu crédito significa que vai pagar o mesmo valor de taxa até ao final do contrato, sem revisões. Assim, a sua prestação mensal do crédito não se altera mesmo que as taxas Euribor aumentem. E a taxa mista significa que durante um período inicial fica a pagar uma taxa fixa, e, após esse período, o crédito passa a estar indexado à Euribor.

Estas duas taxas preveem mais estabilidade agora, sendo que podem acabar por ser mais baratas tendo em conta o progressivo aumento das taxas Euribor a que temos assistido.