O grande exercício que nos é pedido é que sejamos nós a tomar conta do dinheiro e não o dinheiro a tomar conta de nós. Para que isso aconteça é preciso ter atenção a algumas dicas:

  • Fazer um orçamento mensal

O orçamento é a melhor ferramenta para conseguir ter o seu dinheiro controlado. Quem não faz orçamento tem, invariavelmente, a sensação de que o dinheiro desaparece (sobretudo quando se aproxima o fim do mês!). Mas todos nós sabemos que o dinheiro não tem propriedades mágicas que possa fazer com que se evapore. O que acontece com todos aqueles que não fazem orçamento é que perdem o rasto ao dinheiro. Geralmente são pessoas que não conseguem enumerar todas as despesas que têm e não sabem ao certo o valor das mesmas. Têm uma ideia aproximada de quanto gastam em alimentação, mas não sabem o valor certo em cada mês. Já aqui foi escrito sobre as 6 regras para uma correta elaboração do orçamento familiar. Pode ser útil voltar a reler.

  • Tomar nota de todos os gastos diários

Além de ajudar a ter o seu dinheiro controlado, o orçamento é um meio essencial para aumentar as suas poupanças. Só quando tiver nota de todas as despesas que faz, mas mesmo todas, é que vai perceber o potencial de poupança que teria. Já agora, veja aqui três dicas para poupar dinheiro todos os meses.

Geralmente consideramos que os nossos gastos são: casa, despesas com a casa, alimentação, transporte, medicamentos, creche/ATL e pouco mais. Embora estas sejam as despesas essenciais não são todas as despesas que temos. Há alguma tendência a menosprezar todas as outras despesas mensais que temos. Em alguns casos nem nos lembramos delas… mas existem!

Procure anotar todos os gastos (um café a meio da manhã, arranjar as unhas, uma revista no quiosque do bairro, a aposta no euromilhões, entre muitas outras possíveis despesas) e irá constatar que há muitas pequenas despesas que poderiam ser melhor aplicadas se aumentasse as suas poupanças.

  • Dispor de dinheiro todos os meses para a poupança

A poupança não se improvisa. Isto é, não é nas alturas de maior aperto que vai descobrir uma poupança. Ou começa desde cedo e de forma rotineira, ou quando surgir algum imprevisto não vai ter “boia de salvação”. Vale a pena perguntar-se quais os seus hábitos de poupança? É uma preocupação apenas no final do mês ou programa a sua vida com a poupança como prioritária?

Lembre-se que quando faz uma poupança está a pagar a si próprio. Não está a dar dinheiro a ninguém. É todo para si. Depois de tantas horas de trabalho e de stresses próprios da vida profissional não lhe parece que deve pensar em pagar primeiro a si mesmo?

Uma forma possível de ir aumentando as suas poupanças é aplicá-las em produtos financeiros. Atenção que quanto menos risco estiver disposto a correr mais baixas serão as taxas de juro. Se uma pessoa que tenha hoje 25 anos começar a poupar €60,00 /mês num produto financeiro que rentabilize 4%/ano, quando estiver em idade da reforma (66 anos) terá €74.540,00 nas poupanças. Vale a pena começar cedo, pois se já tem 40 anos e quiser ter o mesmo valor na reforma, teria de poupar €136,00 mensais a partir de hoje!

  • Reduzir as suas dívidas

Muitas vezes adiamos os hábitos de poupança porque temos tantas dívidas que as preocupações em cumprir com as responsabilidades de crédito não dão espaço a mais nada. Mas sabia que é possível reduzir as suas prestações financeiras? Procure apoio para reduzir as prestações mensais e canalize essa redução para fins de poupança. Até quem sabe, poderá vir a aplicar a poupança para liquidar todas as suas dívidas e passar a viver apenas com o dinheiro que realmente tem e que não é fruto do crédito. O crédito pode ser uma forma inteligente de gerir o seu dinheiro, mas não se esqueça que quanto mais tempo tiver o seu dinheiro a crédito mais juros estará a pagar.

Vale a pena lembrar o ditado popular que diz que mais vale prevenir do que remediar. Por isso, não adie para amanhã as alterações que considere necessárias para que não seja o dinheiro a controlar a sua vida. Veja aqui o exemplo de uma família que resolveu a sua vida financeira em apenas 15 dias.

João Raposo