“Para mim editar um livro é também uma arte. O nascimento da ideia, a concepção, o design, a paginação e também a impressão do livro exigem um envolvimento pessoal em todas as fases, que acompanho pessoalmente”, afirma Ana Maria Coelho Dias nesta entrevista em que também fala do filho, do seu prazer em pilotar aviões, e do que é verdadeiramente inspirador.
Como se chama a sua empresa?
Chama-se ACD Editores e dedica-se à atividade de edição
Qual é a sua formação académica?
Sou licenciada em Economia pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa.
Adaptou-se bem ao trabalho na editora?
Já há bastantes anos que trabalho nesta área, pelo que atualmente conheço bem o mercado. A ACD tem-se dedicado sobretudo à edição de livros de Arte, de História, Arquitetura, Heráldica e Livros Técnicos. A adaptação ao trabalho de editora foi relativamente fácil. Dada a minha paixão pelas artes plásticas, tive a oportunidade de privar, desde o início da minha atividade como editora, com muitos artistas plásticos e autores de excecionais livros.
Entretanto começaram a diversificar a vossa atividade?
Ao longo dos anos, fomos acrescentando outros temas editoriais e adicionando valor às nossas colecções de livros. Hoje em dia já somos conhecidos no mercado e são os autores, em muitos dos casos, que nos escolhem para editar os seus livros. O reconhecimento dos autores e dos leitores impulsiona-nos a prestar sempre um trabalho de qualidade e inovação.
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Os livros de arte são uma paixão?
Para mim são. Temos um departamento especializado em livros de arte e temos tido o prazer de editar muitos livros de grandes artistas plásticos contemporâneos portugueses, mas editamos todo o tipo de livros.
Qual é especificamente a sua função na empresa?
Não se resume a uma só função. Para mim editar um livro é também uma arte. O nascimento da ideia, a concepção, o design, a paginação e também a impressão do livro exigem um envolvimento pessoal em todas as fases, que acompanho pessoalmente. Também importante é a rentabilidade para a empresa dos livros que são editados, pelo que faz parte das minhas funções o estudo das oportunidades de marcado e das condições do mercado livreiro.
Gosta do seu trabalho?
Gosto muitíssimo. É fascinante. A actividade editorial dá-nos oportunidade de crescer espiritualmente e de alargar os horizontes.
Como ocupa o seu dia de trabalho?
Trabalho rodeada de livros, textos, imagens, mas o mais fascinante são as conversas, sempre gratificantes, com os autores. Também viajo, visito feiras da especialidade em Portugal e no estrangeiro, sempre à procura de novidades e novas oportunidades.
A crise que o país está a viver torna tudo mais exigente?
A diminuição do poder de compra afeta em grande escala o mercado editorial que consequentemente se torna mais exigente, sendo a seleção por parte do consumidor mais rigorosa. O consumo de livros, afetado pela crise do país, tem vindo a diminuir desde há alguns anos e, no que concerne aos livros de arte a crise tem sido especialmente demolidora no sentido de que, tratando-se de livros de valor mais elevado, as pessoas optam por não os adquirir.
Vendem-se menos livros?
Muitíssimo menos. Os livros são um bem imprescindível apenas para uma pequena parte da população. Em relação aos livros de arte, a arte é para muitas pessoas uma paixão, pelo que admito que quem já comprava continua, vai continuar a comprar.
É uma workaholic ou trabalha o estritamente necessário?
Posso dizer que sempre dediquei ao trabalho 90 por cento do meu tempo útil.
Como é constituído o seu agregado familiar?
Tenho um filho.
O seu filho é a sua prioridade?
Posso dizer que sim, estive sempre muito presente na orientação do meu filho.
O que estuda ele?
Estuda Direito.
Como ocupa os seus tempos livres?
Leio bastante, mas também me dedico a actividades ligadas à aviação, dado que tenho a licença PPA (Piloto Particular de Aeronaves) que tirei há já bastantes anos no Aeródromo de Tires. É uma paixão que sempre esteve presente na minha vida, desde criança.
Tem algum hobi?
Pintura. Aprendi a gostar desta actividade quando comecei a actividade de editora.
O que a motiva?
Neste momento, o trabalho.
Qual é a sua máxima de vida?
A vida é uma aventura!
O que é verdadeiramente inspirador?
As mentes brilhantes. São poucas as que tive o privilégio de conhecer, mas não há nada que mais me inspire do que o brilhantismo de algumas pessoas.
Qual foi o melhor momento da sua vida?
O dia do nascimento do meu filho. Existem outros momentos que foram importantes na minha vida, mas acho que nenhum foi tão gratificante.
E o pior?
O dia da morte do meu irmão.
A felicidade existe?
Existe, pontualmente. A felicidade para mim é paz de espírito. Posso dizer que atualmente sou feliz. Como estado de espírito que é, a felicidade que eu sinto resulta do facto de ter atingido todos os meus objetivos pessoais e profissionais.
Texto: Palmira Correia
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