Ainda são muitos os portugueses que, na hora de contraírem um empréstimo para a casa, consideram que têm de ficar até ao fim do contrato com as condições assinadas. A verdade é que não tem de ser assim. Após os dois primeiros anos, pode sempre analisar as suas condições e, inclusivamente, melhorá-las.
Por isso, se pretender reduzir os encargos com o seu crédito habitação, saiba que é possível. Para tal é preciso combater a inércia e agir. Mas também é importante saber exatamente quanto é que paga por mês, quais os produtos que tem associados, quanto paga de seguros, qual o seu spread e TAEG, bem como o tempo em falta para terminar o contrato e se tem taxa fixa ou variável.
Após dar resposta a estas questões e analisar as ofertas do mercado, pode optar por:
1. Negociar diretamente com o seu banco
Depois de analisar o seu próprio contrato e estar informado sobre o que é praticado atualmente no mercado, pode perceber junto do seu banco a possibilidade de rever as condições do seu empréstimo.
Como em qualquer outra situação, o seu poder de negociação aumenta se tiver mais do que uma proposta. Por isso, faça simulações junto de outras entidades bancárias, para perceber se, após negociar as condições com o seu banco, é este que continua a oferecer, ou não, as melhores condições para o seu caso.
Se considerar que esta é uma tarefa complexa ou que não tem tempo para a fazer, pode sempre recorrer a intermediários financeiros que têm um poder negocial superior, não cobram aos clientes por este serviço, e conhecem bem o mercado e as suas ofertas.
2. Transferir o seu crédito habitação
Se encontrou um banco que lhe oferece melhores condições do que o atual, e que resultam numa poupança mensal, então a solução pode passar pela transferência do seu crédito.
Uma vez que já existem bancos a oferecer um spread mínimo inferior a 1% e que as taxas de Euribor continuam negativas, esta pode ser uma altura favorável para rever as suas condições e começar a poupar muito dinheiro.
Se transferir o crédito vai também deixar de pagar a comissão pelo processamento da prestação. Isto porque o Parlamento português aprovou o fim da cobrança desta comissão por parte dos bancos, mas apenas para os novos contratos de crédito.
3. Reveja seguros e outros produtos associados
É muito comum que, na contratação de um crédito habitação, sejam-lhe propostos, por parte da entidade bancária, a aquisição de outros produtos em “troca” de um spread mais baixo ou de outros custos de créditos mais reduzidos. Falamos, por exemplo, de cartões de crédito, contas-poupança, e seguros. Contudo, estes produtos podem estar a pesar (e muito) na sua prestação. Nalguns casos chegam a pesar mais do que o próprio spread.
Relembramos que não é obrigatório subscrevê-los no banco onde está a solicitar o seu crédito habitação. Ambos os seguros podem ser feitos junto de outras entidades que apresentem melhores condições. O que pode acontecer é que o banco pode decidir agravar as condições de crédito, mas, ainda assim, compensar.
Se decidir transferir o crédito habitação, tem a possibilidade de rever todos estes produtos e condições. Alertamos apenas para a importância de se informar junto da sua instituição de crédito atual sobre o impacto que pode ter da desistência de parte ou da totalidade destes produtos durante o prazo do empréstimo.
4. Reduzir ou alargar o prazo do empréstimo
Neste ponto há uma questão que se coloca: ter uma folga mensal através da redução da prestação ou terminar o crédito mais cedo do que inicialmente previsto, graças à redução de prazo?
Não existe uma resposta certa ou errada. Tudo depende da sua preferência e das suas possibilidades. Pois, se por um lado, um crédito com prazo mais longo terá prestações mais baixas, por outro lado, quando o prazo de reembolso é mais longo a amortização de capital é mais lenta, logo paga mais juros por ele.
No entanto, o importante é nunca comprometer o seu orçamento familiar e garantir que não entra em incumprimento. Ou seja, se precisar aumentar o prazo para poder pagar as suas dívidas e fazer face aos restantes encargos, essa pode ser a solução para ter uma poupança e uma vida financeira mais confortável.
Para ajudá-lo nesta tarefa, pode pedir ao seu banco que lhe apresente o impacto de diferentes prazos no valor da prestação mensal e no montante total de juros e outros custos que terá de pagar pelo empréstimo.
Pode ainda recorrer ao simulador de crédito para calcular as prestações do seu crédito e os respetivos prazos.
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