A genialidade de Einstein permitiu-lhe a descoberta de uma fórmula que nem equipas de grandes cérebros, com todo o tempo e equipamentos necessários, conseguiram descortinar. Fê-lo, diz-se, nos intervalos de almoço de um emprego que tinha, provavelmente em folhas de rascunho engorduradas com salpicos da comida que ia debicando enquanto carburava as suas fantásticas visões do funcionamento do Universo.
Não tenho a menor intenção de me comparar a Einstein (como poderia!?!?) mas também nada me impede, enquanto represento a Quinta do Monte numa feira de empresas, de desenvolver a minha própria teoria da relatividade. Contudo, e ao contrário do génio, tentarei fazê-lo da forma mais compreensível possível.
Somos todos seres relativos. Mais altos que uns, mais baixos que outros. Mais feios que alguns e mais belos que tantos outros. Mais inteligentes. Ou menos. Mais intensos, amorosos, sábios, simpáticos, experientes, viajados. Ou menos. Depende do sujeito em relação ao qual nos relativizamos.
Vivemos sob o constante peso da comparação, sendo que, no final da história, tudo o que pretendemos é causar uma maior e melhor impressão aos demais, comparativamente a tudo o que veio antes. Quanto a isto não me restam grandes dúvidas.
Mas voltemos um pouco atrás antes de avançar para a conclusão. Somos todos seres relativos quando analisados como uma gota de água nos oceanos da humanidade inteira. Mas o que acontece se nos equacionarmos como algo absoluto? Se nos despirmos de todo e qualquer termo de comparação o que é que realmente nos resta?
Existirá algum botão no ser humano passível de ser desligado que desligue também a constante comparação aos demais, feita por cada um de nós e por todos os outros com quem nos relacionamos? E se o desligarmos? O que acontece depois?
Não me parece que tenhamos a capacidade de impedir que os outros nos comparem a quem quer que seja, mas quando (mesmo respeitando e aceitando os outros sete mil milhões) nos conseguimos entender individualmente como um todo, estamos preparados para transcender a relatividade e começar a caminhar com firmeza em direção à perfeição.
Assim sendo e apesar de ter sido várias vezes interrompida ao longo desta dissertação, creio ter a fórmula pronta: ES = CP vezes BS2. Eu explico: a existência sublime é igual ao conhecimento pessoal multiplicado por bons sentimentos ao quadrado.
Ana Amorim Dias
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