Em todos os momentos temos milhões de opções. Há algumas que nos enfraquecem e diminuem a probabilidade de sermos bem-sucedidos e outras que nos dão poder e nos tornam mais fortes. Quando compreendemos que a evolução é feita de fracasso em fracasso, com inúmeras tentativas e correções o “ainda” faz toda a diferença.
Por exemplo, quando comecei a estudar neurociências, para compreender como poderia afetar o comportamento e, assim, desenvolver primeiro a minha performance e depois a dos outros, passei por momentos difíceis. Foi muito complicado integrar a maioria dos conceitos, apesar de ter algum background em biologia. Aquela linguagem ainda não fazia sentido. E isso fez toda a diferença. Mais tarde descobri porquê.
Num estudo com crianças de 10 anos, foram apresentados problemas com uma complexidade superior à que estavam habituadas. Algumas reagiram de forma surpreendentemente positiva e disseram coisas como: “Adoro desafios” ou “esperava que fosse mais fácil”. Estas crianças tinham uma perspetiva que as suas habilidades poderiam ser desenvolvidas. Tinham um mindset de crescimento. No entanto, a maior parte dos alunos achou aquela prova catastrófica. Na sua perspetiva em que as habilidades são fixas, a capacidade foi testada e fracassaram. Em vez de se divertirem com o poder do ainda, foram caçadas pela tirania do agora. Em estudos posteriores, essas crianças assumiram que se falhassem novamente iriam fazer cábulas e copiar em vez de estudar mais.
Num outro estudo, após um fracasso do género elas procuravam alguém que tivesse tido pior nota para que se pudessem sentir melhor com elas. E, estudo após estudo, notou-se uma tendência para fugirem das dificuldades. E os adultos não são muito diferentes.
Não desperdice mais tempo a sentir-se mal consigo próprio e a achar que é menos do que os outros. As habilidades desenvolvem-se independentemente da idade. Viva num lugar que facilite o seu crescimento e aumente as suas probabilidades de sucesso. E, independentemente, da localização, uma coisa lhe garanto, esse lugar está cheio de “ainda”.
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