A equipa concluiu que os homens têm um tom de pele mais escuro, avermelhado e amarelado do que as mulheres e que esta tonalidade atrai o sexo oposto, depois de analisar o tom de pele de 50 homens e 50 mulheres caucasianos.
“A relevância deste estudo prende-se com o facto de ser o primeiro a demonstrar que a cor da pele no global, e não só alguns dos seus componentes, difere entre homens e mulheres caucasianos e que esta diferenciação assume um importante papel nas perceções de atratividade facial, com um impacto significativo ao nível das relações e preferências interpessoais”, revela Isabel Santos, coordenadora do NeuroLab, da Universidade de Aveiro, que conduziu o estudo em conjunto com Mariana Carrito e Carlos Fernandes da Silva.
Esta informação foi usada, posteriormente, para alterar fotografias de faces de homens caucasianos fazendo com que estes tivessem um tom de pele mais feminino ou mais masculino.
Para testar as preferências das mulheres, 161 participantes caucasianas foram convidadas a manipular, em computador, o tom de pele dos homens de forma a torná-los o mais atraentes possível.
“O que se observou foi que as participantes, em média, [durante a manipulação das fotos com as caras dos homens] aumentaram a masculinidade da cor em busca do maior nível de atratividade”, aponta Mariana Carrito. Os resultados indicam, segundo os investigadores, “que as mulheres parecem gostar de homens com um tom de pele que evidencie a sua masculinidade uma vez que esta característica lhes sugere que estão perante um parceiro que irá garantir uma descendência saudável e protegida”, concluiu.
Segundo Mariana Carrito, as conclusões do trabalho permitem perceber que alterações hormonais podem ter impacto durante a puberdade, que mais tarde vão dar origem a diferenças entre homens e mulheres adultos.
“Uma vez que a atratividade tem uma influência incontornável em contextos sociais, influenciando, entre outras coisas, quem é que cuidamos, em quem é que votamos, e por quem nos sentimos atraídos sexualmente, este estudo assume bastante importância, destacando a cor da pele como fator de impacto estético de grande relevância”, concluiu a investigadora.
O estudo contou também com a participação Carmen Lefevre, Ross Whitehead e David Perrett do “Perception Lab” da Escola de Psicologia e Neurociências da Universidade de St Andrews (Escócia) e foi publicado recentemente na revista “Evolution and Human Behavior”.
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