É tudo uma questão de genes. Já deve ter ouvido esta expressão para os mais diversos temas, mas aqui falamos de gostar ou não de cães. Cientistas britânicos e suecos analisaram o genoma de 35.000 pares de gémeos nascidos na Suécia para chegarem a esta conclusão. De acordo com a investigação, divulgada pela publicação científica Nature, quando um dos gémeos idênticos tem um cão, o irmão tem também um amigo de quatro patas. Já nos gémeos falsos, isso acontece em apenas metade dos casos.
Convém lembrar que os primeiros dividem a totalidade do genoma, enquanto os segundos somente 50%. Outro aspeto relevante da investigação mostrou que as mulheres têm, por norma, uma maior tendência para ter canídeos como animal de estimação. Este estudo científico ainda não identificou os genes responsáveis pelo fenómeno, mas esse é o passo seguinte, tal como determinar como é que esta variante se relaciona com outros fatores como a personalidade e alergias, revelaram os cientistas.
Carri Westgarth, especialista em interação homem-animal da Universidade de Liverpool, em Inglaterra, coautora do estudo, acredita que este trabalho científico pode vir a ajudar a perceber os benefícios que os cães têm para a saúde dos donos. Para além disso, os especialistas acreditam que pode ajudar a entender a história da humanidade e da domesticação dos animais e explicar por que é que certas pessoas não têm capacidade para interagir com cães e/ou têm medo destes animais. Noutra investigação que fez, Carri Westhargarth chegou também a uma conclusão óbvia.
A pesquisadora britânica concluiu que os donos de cães andam mais do que a generalidade das pessoas que não têm canídeos como mascote. Enquanto que quem tem um amigo de quatro patas caminha, em média, 300 minutos por semana, quem não tem um cão anda apenas 100 minutos no mesmo período de tempo. Nesta investigação, participaram quase 700 pessoas de várias idades residentes no Reino Unido. Os cientistas asiáticos também têm estado atentos às ligações entre humanos e canídeos.
De acordo com investigadores do Instituto de Zoologia de Kunming, no sul da China, uma raça de cães que se assemelham a pastores-alemães, originária da província de Yunnan, é capaz de identificar transtornos obsessivo-compulsivos nos donos devido às semelhanças genéticas que o homem partilha com esta espécie de canídeo. Os especialistas acreditam que, ao estudar os mecanismos cerebrais destes animais, vão conseguir encontrar respostas para alguns dos problemas de saúde mental de hoje.
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