Ter saúde. Ser uma pessoa realizada.
Ter segurança financeira. Ter relacionamentos
positivos. Ser forte e enfrentar os
problemas. Ser corajoso. Ser livre. Sentirse
pleno. Ter mais energia. Ter paz de espírito.
Ser feliz.

O que é que as frases anteriores têm em
comum? Entre outros aspetos, todas elas
exprimirem desejos humanos e comuns.

De facto,
todos somos movidos por essa energia base
que é a energia do desejo. De desejar algo,
algum estado, alguém, alguma coisa. Algo
que represente prazer para nós. Algo que se
traduza num estado, tanto quanto possível,
permanente de bem-estar físico e psicológico.
Esta busca do prazer, para a qual todos
somos atraídos desde o nascimento, leva-nos a crescer em função do que
desejamos. Como tal, seja ele qual for, o
desejo condiciona a nossa ação.

É muito importante, em termos existenciais,
que formule e tenha desejos.
Desejar é saudável. Exceto em situações
psicopatológicas, desejar alguma coisa é
conseguir projetar a nossa vida em função
de objetivos que nos permitem seguir
em frente. Se não desejar nada, se lhe
for indiferente o que venha a ocorrer,
aquilo que está a fazer é a anular o sentido
da sua vida, a sua vontade, a permitir que
os acontecimentos e as pessoas tomem
conta de si.

A capacidade de desejar é algo que
todos temos. No entanto, as teorias da
Programação Neurolinguística, entre outras,
alertam para o facto de ser importante
aprender a desejar. Ou seja, é como se
tivéssemos uma capacidade inata que, se
não for bem gerida, pode tornar-se negativa
para a nossa vida, em vez de ser um
pilar da nossa força.

Para que aquilo que deseja seja uma
força positiva, é importante que consiga
responder à pergunta «O que é
que verdadeiramente desejo para mim?».
Basicamente, se não souber dizer, numa
linha, aquilo que deseja para si, o mais
provável é que nunca venha a alcançar
uma vida plena e feliz.

Isto significa que poderá ter vários
desejos. Mas existe um que será sempre
determinante. Uma espécie de desejo originário,
que lidera todos os outros e em
função do qual todos os restantes se arrumam.
Em função do qual você escolhe
ter determinadas ações e não outras.
Em função do qual você recusa determinadas
pessoas ou acontecimentos e escolhe
outros.

Por exemplo, se o seu maior
desejo for ter uma família feliz e equilibrada,
o que terá de fazer é perceber que
outros desejos é necessário colocar em
prática para o conseguir. Talvez o desejo
de ter um emprego que não o obrigue a
estar muito tempo fora. Talvez o desejo
de mudar para uma casa maior. Talvez o
desejo de se tornar melhor ouvinte.

Neste caminho para a concretização dos
seus desejos, é muito importante que determine
com rigor três questões. A primeira é
identificar o seu desejo de forma objetiva e
concreta. Por exemplo, deseja ser feliz? Defina
o que é para si a felicidade. A segunda é
perguntar-se o que tem de fazer (no próximo
ano, mês, semana) e o que tem de deixar
de fazer, para que se concretize.

E a terceira
é perceber se esse desejo não é
incompatível com outros que também tem.
Saber identificar claramente os seus desejos
e colocar em marcha as ações que permitam
concretizá-los são etapas existenciais
muito importantes para que consiga conquistar
os objetivos da sua vida.

Texto: Teresa Marta (mestre em relação de ajuda e consultora de bem-estar)