A realização de exercícios diários de estimulação da cognição e da memória ajuda os doentes de Alzheimer a retardarem a perda das suas capacidades cognitivas e, consequentemente, a sua autonomia.
Para Rodrigo Neiva Correia, psicoterapeuta e coordenador do Gabinete de Preservação e Reabilitação Cognitiva das unidades DomusVida, «a estimulação das capacidades cognitivas é fundamental em doentes com deterioração intelectual, como a doença de Alzheimer, uma vez que atrasam declínio destas capacidades».
Uma das consequências desta patologia prende-se com a existência de défices sobretudo no que diz respeito à memória imediata, nomeadamente o reconhecimento e a recuperação. Esta constitui a principal queixa dos doentes e seus familiares. «Este tipo de memória apenas apresentará resultados positivos com exercícios regulares, e como exemplo, um desses exercícios consiste em contar uma história e pedir ao doente que tente reconhecer e assinale numa ficha, todas as palavras ouvidas, de uma lista de palavras misturadas, ditas e não ditas, sendo posteriormente convidado a contar a história usando as suas próprias palavras», refere o psicoterapeuta.
«É importante que a informação recebida seja muito bem compreendida, mas no caso de existirem erros no relato da história contada pelo idoso, não se deve dramatizar e aceitar a sua própria versão», sublinha. Este tipo de intervenção contribui para prevenir ou minorar o declínio das funções cognitivas como a memória, a linguagem ou o raciocínio. Além deste tipo de exercícios, é importante que o doente também seja estimulado a realizar atividades físicas, sobretudo caminhadas.
A doença de Alzheimer é uma doença progressiva e irreversível do cérebro, marcada pela morte das células cerebrais e por uma atrofia daquele órgão, com causas e tratamento ainda pouco conhecidos, que afeta pessoas com mais de 50 anos. Não existe nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, a doença. A única forma de o fazer é examinando o tecido cerebral obtido através de uma biopsia ou necrópsia. Existem também marcadores, identificados a partir de exame ao sangue, cujos resultados podem indicar probabilidades de o paciente vir a sofrer desta doença.
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