O síndrome de apneia obstrutiva do sono infantil é caracterizado por episódios recorrentes de obstrução completa e/ou parcial das vias aéreas superiores durante o sono, resultando em períodos de hipoxemia e hipercapnia, despertares frequentes e fragmentação da arquitetura do sono. O síndrome de apneia obstrutiva do sono pediátrico difere do do adulto na fisiopatologia, na apresentação clínica e nas caraterísticas polissonográficas.

A prevalência estimada em crianças é de 3%. No entanto, a prevalência poderá ser superior devido ao facto de ser uma patologia frequentemente sub-diagnosticada. A apnéia/hipopnéia do sono na criança está associada a importantes problemas de saúde. Pode haver déficit de crescimento e complicações cardiovasculares, embora a exata prevalência desses problemas não seja conhecida.

Em crianças com  síndrome da apnéia/hipopnéia do sono, há uma incidência três vezes maior de problemas comportamentais e disfunções neurocognitivas. Em uma das primeiras casuística do síndrome, confirmada por polissonografia, Guilleminault et Al relataram  que 84% das crianças tinham excessiva sonolência diurna, 76% apresentavam algum tipo de distúrbio de comportamento, 42% eram hiperativas e 16% tinham baixo rendimento escolar.

A principal causa desta patologia é o crescimento excessivo das amigdalas e dos adenoides, sendo que a adenoamigdalectomia é o principal tratamento para esta patologia. A taxa de cura varia, em média, segundo dados internacionais, entre os 75 e os 100%.

Texto: Vitor F. Gomes (otorrinolaringologista)

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