A prevalência do Síndrome Canal Cárpico (STC) é estimada entre 3% e 5% da população, sobretudo entre 40 e 60 anos.

A patologia afeta cinco vezes mais mulheres do que homens, sendo o STC descrito como “a patologia da mulher de meia idade”.

O aparecimento de sintomas ocorre frequentemente em dois picos etários, o primeiro, o mais elevado, entre 45 e 59 anos (75% do sexo feminino) e o segundo entre 75 e 84 (64% do sexo feminino).

O SCC corresponde à compressão de um nervo, especificamente o nervo mediano, ao nível do punho, numa passagem estreita (um canal ou um túnel) que prossegue do punho até à mão.

Os principais sintomas correspondem a parestesias ou formigueiros ao nível do polegar, indicador e dedo grande da mão. No inicio as sensações de formigueiro não são constantes, mas intermitentes. À medida que a situação se agrava os sintomas são mais intensos e já não desaparecem completamente. No próprio canal, que se localiza na base da mão, ao nível da separação entre palma da mão e punho, pode surgir dor. É também frequente associarem-se queixas de falta de força da mão.

Os principais fatores de risco são:

- Razões anatómicas: fraturas antigas do punho, doenças como a atrite ou simplesmente um canal estreito;

- Sexo feminino: talvez porque as dimensões do canal sejam menores que no homem. As mulheres obesas e com hipertrofia mamária são particularmente afetadas;

- Obesidade;

- Diabetes: esta doença afeta múltiplos órgãos e também os nervos;

- Alteração dos fluidos corporais (gravidez, obesidade): o que provoca acumulação de líquidos no organismo pode provocar ou agravar os sintomas;

- Condições de trabalho: vibração ou flexão repetitiva do punho podem associar-se à doença.

A terapêutica curativa é cirúrgica. Se não for tratado a tempo, o SCC pode conduzir a alterações sensitivas e motoras irreversíveis.

As queixas, quando não tratadas, associam-se a má qualidade de vida, com interferência nos mais diversos aspetos da rotina quotidiana. As mulheres tendem a sofrer mais com esta patologia.

A cirurgia é realizada em ambulatório, demora entre 30 a 60 minutos e obriga a um tempo de recuperação mínimo de 4 semanas. O alivio sintomático é imediato.

As explicações são da médica Ana Silva Guerra, especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética.