Nos Estados Unidos da América, nos homens, o número de casos de cancro da boca aumentou 61% em apenas quatro anos, entre 2011 e 2015. A The American Cancer Society estima que perto de 50.000 americanos serão afetados pela doença, podendo o número de mortes chegar às 9.500. No Reino Unido, a doença mata anualmente 2.000 pessoas. Em Portugal, não existem números oficiais, mas o país não deverá fugir à tendência.
O cancro oral, mais comum nos homens acima dos 45 anos e aumentando consideravelmente até aos 65 anos, localiza-se frequentemente no pavimento da boca e na língua. "A prevenção assenta, fundamentalmente, na adoção de um estilo de vida saudável, excluindo hábitos como o tabagismo e o álcool, mas também em consultas regulares que permitem, ainda, fazer um diagnóstico precoce", refere João Caramês.
"Ao observar uma lesão suspeita, deve ser feita uma biópsia, permitindo a obtenção de um diagnóstico histológico concreto e avaliar a sua possível malignidade", alerta o professor catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa e fundador e diretor clínico do Instituto de Implantologia. Estes são os sintomas a que, segundo o especialista, deverá estar particularmente atento:
- Mancha branca ou avermelhada na boca sem causa aparente
- Massa endurecida de crescimento rápido ou uma úlcera ou ferida persistente que não cicatriza e, embora assintomáticas inicialmente, tornam-se progressivamente dolorosas
-Dificuldade em deglutir
- Alterações de sensibilidade
- Aumento dos gânglios linfáticos do pescoço
Nos últimos dias de julho de 2019, o patologista e presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Rui Henrique, alertou também para o número crescente de casos de cancro da cabeça e pescoço associados à infeção por vírus papiloma humano (HPV), defendendo a vacinação. "Cerca de 95% destes cancros da cavidade oral associados ao HPV estão associados ao HPV16, um dos agentes carcinogénicos considerado na vacina", sublinha.
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