Milhares de portugueses sofrem de prisão de ventre e procuram combater o problema com fármacos. O uso prolongado de alguns laxantes pode ocasionar obstipação após a interrupção da toma. Durante, o efeito laxante mantém-se. O risco é maior nos laxantes mais potentes como os sais (picossulfato), o sene (planta oriental reconhecida pelas suas propriedades terapêuticas) e os derivados desta planta.
Presentes em muitos produtos de emagrecimento, ocasionam um esvaizamento completo dos intestinos. O facto do intestino ter poucos resíduos impede a estimulação da terminações nervosas que promovem os movimentos intestinais e a evacuação. Assim, fica-se obstipado durante alguns dias e há tendência para retomar a toma. Recomenda-se o uso durante, no máximo uma semana e só em circunstâncias especiais.
Uma dessas situações é quando não se pode fazer esforços (após uma cirurgia ou enfarto do miocárdio, por exemplo), não se evacua há dias ou em viagem. Para a obstipação comum, podem ser utilizados prolongadamente laxantes à base de fibras ou de lactulose. O aloe vera, outra solução, contém um gel no interior utilizado no tratamento suave da obstipação. O látex, presente na parte exterior da planta, é utilizado nos casos mais graves. Porém, não deve ser usado durante mais de sete dias, devendo prosseguir o tratamento com outras plantas ou só com o gel.
Revisão científica: Maria Augusta Soares (professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa)
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