Não lhe diga que está errada
Não vale a pena contrariá-la ou corrigi-la se disser algo que não corresponde à realidade. Não existe justificação para o fazer, pois:
- Se a pessoa com demência estiver suficientemente consciente, aperceber-se-á de que cometeu um erro e sentir-se-á frustrada.
- Por outro lado, se não se aperceber a razão pela qual aquilo que disse/fez foi considerado errado, poderá levar a que fique mais confusa, agitada ou agressiva.
- Tente mudar subtilmente de assunto, orientando a conversa para um tema que dê prazer à pessoa ou que facilmente consiga captar a sua atenção.
Não lhe pergunte se se lembra de uma determinada coisa
É muito tentador perguntar a alguém se se lembra de algo – todos nós o fazemos com regularidade. No entanto, o mais provável é que a pessoa com Doença de Alzheimer não se recorde, uma vez que a principal característica clínica desta doença é precisamente uma alteração da memória recente. Nesse sentido, deverá evitar perguntas como “Lembra-se do que é que almoçou?”, “Recorda-se quando é que fomos passear à Baixa?” ou “Esta é a Mariana. Lembra-se de a ter conhecido a semana passada?”.
Saiba que é normal utilizar a palavra “lembra-se…?” pois esta faz parte do nosso vocabulário. Deixar de fazer estas perguntas requer treino. Pode ser útil pensar da seguinte forma: da mesma maneira que não perguntaria a um invisual se consegue ver ou a uma pessoa que não tem uma perna se consegue correr, também no caso da Doença de Alzheimer não devemos perguntar se a pessoa se lembra de um evento recente.
Não ponha a memória da pessoa à prova
Evite dizer coisas como: “Como é que eu me chamo?”, “Diga-me lá quando é que nasceu? “Quando é que foi a última vez que eu a vim visitar? Vá lá, pense um bocadinho…” Estas perguntas podem aumentar o nível de ansiedade da pessoa e não são uma forma eficaz de estimular a memória.
Não relembre a pessoa com demência que o seu ente querido já faleceu
Frequentemente as pessoas com demência acreditam que uma pessoa que já faleceu ainda está viva. Podem estar confusos ou sentirem-se tristes por essa pessoa não os vir visitar. Se lhe disser que essa pessoa já faleceu, é possível que fique muito perturbada ou até que não acredite em si.
A exceção à regra é se a pessoa com demência lhe perguntar diretamente se determinada pessoa já morreu. Neste caso deverá responder honestamente.
As recomendações são da neuropsicóloga Margarida Rebolo, do NeuroSer, Centro de Diagnóstico e Terapias dedicado às doenças neurológicas
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