A EA (Eczema atópico) é uma alergia crónica da pele, que se caracteriza por comichão, inflamação, pele áspera e seca.

Surge, normalmente, no primeiro ano de vida podendo permanecer até a idade adulta e, a nível mundial, afecta 1 em cada 5 crianças, sendo que a prevalência tem duplicado nos últimos 30 anos.

Em Portugal, cerca de 10% das crianças sofrem da patologia. As áreas mais afectadas são a face, dobras da pele – região posterior dos joelhos, pescoço e dobras dos braços – face e pescoço.

Um estudo clínico recente avaliou o impacto do EA nos doentes e concluiu que, por exemplo, a doença é mais limitativa do que a Diabetes tipo 2.

As crianças com Eczema são, na maioria, alvo de discriminação por parte de colegas na escola, enquanto que os adultos afirmam que a patologia afecta negativamente a sua carreira e as relações íntimas.

Factores a ter em conta

Viver com a doença é muito complicado e há uma série de factores que os doentes têm de ter em conta:

- Evitar roupa apertada e áspera. Lã e alguns tecidos sintéticos podem causar irritação da pele. As etiquetas também costumam ser um motivo de desconforto para os doentes e devem ser removidas;

- Manter as unhas das crianças curtas. Se não conseguirem evitar coçar, os danos causados são menores;

- Hidratação. É fundamental que a pele esteja constantemente hidratada, para evitar que fique “seca” e com “escamas”.

No caso das crianças, é aconselhável levar para a escola um hidratante para que possa aplicar sempre que sinta a pele a desidratar; - Atenção à alimentação. Em 10% dos casos há alimentos que funcionam como “gatilhos” do Eczema. Evitar a ingestão de leite, ovos, citrinos, amendoins e chocolate pode ser “meio caminho” para o controlo da doença;

- Eternizar o “ritual” do banho diário. A temperatura da água deve ser tépida e a casa-de-banho não deve estar muito aquecida. O banho não deve ultrapassar 20 minutos e o duche é mais aconselhável.

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Altas temperaturas

É importante referir que as altas temperaturas que se têm feito sentir nos últimos tempos quente é sinónimo de crises para os doentes e isso significa “noites mal dormidas”, idas de urgência ao médico e maior reforço da medicação.

Em Portugal, o tempo quente e seco está identificado como período de exacerbação por excelência: a atmosfera está mais saturada de pólenes e as actividades ao ar livre se tornam mais apetecíveis, como a prática de actividades físicas e de lazer que causam transpiração, outro factor importante para potenciar uma crise Isto torna-se tão ou mais complicado porque os medicamentos mais eficazes não são comparticipados e têm de ser os próprios doentes a custear na totalidade.

Tratamento

O tratamento faz-se, normalmente, com anti-histamínicos, nos casos mais ligeiros, e corticosteroides tópicos. Em casos extremos, pode-se recorrer à administração de corticosteróides orais.

O tratamento com imunomoduladores tópicos, que suprimem a resposta do organismo aos factores desencadeantes da alergia, reduzindo a inflamação e o prurido, têm vindo a ser adoptados gradualmente como terapêutica tópica de primeira escolha.

Agradecimentos: Breathe Health