A Hipertensão Pulmonar (HP) carateriza-se por um aumento da pressão nas artérias que levam o sangue do coração para os pulmões (artérias pulmonares).
A Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crónica (HPTEC) é uma forma de HP causada pelo “entupimento” das artérias dos pulmões por trombos (“coágulos sanguíneos”), a chamada embolia pulmonar (EP) ou tromboembolismo pulmonar (TEP). Estes trombos são formados, na maioria das vezes, em veias doentes (varizes) dos membros inferiores, de onde se desprendem e deslocam para os pulmões.
A HPTEC é uma consequência rara de uma ou múltiplas embolias pulmonares não tratadas ou não resolvidas com o tratamento instituído. A persistência dos trombos nas artérias pulmonares, além de as “entupirem”, provocam alterações nas paredes das mesmas. Essas alterações levam a um aumento da pressão nas artérias pulmonares e a um maior esforço do coração para bombear o sangue para os pulmões.
Deve suspeitar-se quando surge: falta de ar durante as atividades diárias; cansaço ou fadiga; tonturas, sensação de, ou mesmo, desmaio, durante o esforço físico; pernas inchadas. Deve suspeitar-se de HPTEC quando, perante os sintomas referidos, haja uma história passada de EP. Contudo, muitas vezes não é possível identificar uma EP prévia.
O estudo da HPTEC deve incluir várias análises e exames, sendo o ecocardiograma o mais importante para confirmar a suspeita de HP, contudo, só o cateterismo cardíaco direito a permite confirmar. Este exame deve ser efetuado por médicos especializados em HP, pelo que os doentes devem ser orientados para Centros de Referência no tratamento da HP. Para confirmar a hipótese de HPTEC como causa da HP deve ser efetuada uma cintigrafia de ventilação/perfusão pulmonar e uma angio-TAC pulmonar.
O tratamento e seguimento dos doentes com HPTEC deve ser sempre feito num Centro de Referência e com experiência no tratamento em HP. O tratamento definitivo da HPTEC é cirúrgico e é o único tratamento capaz de poder curar a doença. Assim, depois de confirmado o diagnóstico, os médicos especialistas em HP devem orientar os doentes para avaliação em Centros Cirúrgicos. Os doentes que não possam ser operados podem beneficiar de tratamento com medicamentos específicos para o tratamento da HP em combinação, em casos selecionados, com uma técnica emergente e menos invasiva que é a angioplastia pulmonar por balão e que permitem aliviar os sintomas, melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida, bem como aumentar o tempo de vida.
Um artigo da médica Luísa Carvalho, Assistente Hospitalar de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Porto (CHP).
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