O Gene 3 do cancro da próstata é o primeiro marcador molecular que pode contribuir para minimizar os problemas cancro da próstata e melhorar o seu diagnóstico.
Ao contrário do PSA, o gene do PCA3 é específico do cancro da próstata, só sendo expresso no tumor prostático. Ao contrário do PSA, o gene do PCA3 é expresso em mais de 95 por cento dos tecidos prostáticos carcinomatosos, quando comparado com o tecido prostático tumoral benigno e com o tecido prostático normal do mesmo doente.
O PCA3 não é afetado pelo tamanho da próstata, mas apenas pelo tamanho da massa neoplásica prostática e pela agressividade tumoral.
O seu valor preditivo positivo (VPP de 75 por cento) é pelo menos o dobro do VPP do PSA (VPP de 38 por cento).
Este novo ensaio deteta a presença de mRNA do gene PCA3 e mRNA de PSA a partir de uma amostra de urina, utilizando um método de amplificação mediada por transcrição (TMA). Este ensaio apresenta uma excelente exatidão.
Recolha da amostra
Este ensaio deteta a presença de RNAmPCA3 na primeira urina (cerca de 20 a 30 ml), recolhida logo após o toque retal, para tubo especial de transporte. O toque retal é necessário para que se libertem células prostáticas para a urina. As amostras são estáveis a 2 a 8ºC durante 14 dias.
Indicações para determinação PCA3:
• Para os doentes que sejam considerados de Alto Risco para cancro da próstata (história familiar, exame físico, valor de PSAt/PSA livre).
• Antes da primeira biópsia ou quando se vai ser sujeito a uma nova biópsia. Um resultado dePCA3 pode ser clinicamente significativo.
• Para doentes que tenham feito uma ou mais biópsias inconclusivas.
Deve ser utilizado como ferramenta de rastreio?
Estudos comparativos com o PSA sérico ainda estão em curso. Como tal, ainda não é possível afirmar que o PCA3 possa ser usado como exame de primeira linha, mas a coexistência de um valor elevado de PSA e um PCA3 positivo devem ser considerados como clinicamente significativos.
O PCA3
• É altamente específico do cancro prostático
• Possibilita um diagnóstico não invasivo
• Reduz o número de biópsias
• Melhora os procedimentos que levam ao diagnóstico do cancro da próstata
Resultados aumentados do ratio de PCA3 correlacionam-se com uma elevada probabilidade de encontrar uma biópsia prostática positiva.
Quanto mais alto o ratio de PCA3, maior a percentagem de homens com uma biópsia positiva.
A partir de um ratio de PCA3 de 35, obtêm-se uma especificidade de 74 por cento. Deste modo, o teste do PCA3 considera-se positivo se o ratio de PCA3 for superior a 35.
A partir do ratio de 35 existe uma maior probabilidade de ter um cancro de próstata, e como tal indica a necessidade de fazer uma biópsia da próstata.
Com um ratio <35 existe uma baixa probabilidade de ter um cancro da próstata, mesmo com um valor de PSA superior a 4 ng/ml. Um ratio desta natureza permite um intervalo maior entre biópsias.
O uso de PCA3 na rotina, em homens com valores de PSA elevados e com biópsias negativas, vai aumentar a capacidade de diagnóstico precoce de neoplasia, nestes homens, caso o resultado seja acima de 35, como também reduzir o número de biópsias desnecessárias, caso o resultado seja abaixo de 35.
O uso do PCA3 combinado com o testes de PSA vai fazer aumentar a exatidão com que se escolhe o timing das biópsias e como tal vai aumentar a capacidade diagnóstica das biópsias para detetarem cancros.
Por Germano de Sousa
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