Edward Bach, médico, homeopata e escritor, nasceu em 1886 em Moseley, em Birmingham, no Reino Unido. Dedicou-se à bacteriologia, o ramo da biologia que estuda a morfologia, a ecologia, a genética e a bioquímica das bactérias, incluindo a identificação, classificação e caracterização de espécies bacterianas. Desde muito novo, sentiu, no entanto, uma profunda ligação com a natureza, embora a sua verdadeira vocação e ambição fosse ajudar as pessoas.

Graças às suas investigações, Edward Bach descobriu um dos métodos mais curiosos da medicina natural, a que deu nome, os chamados florais de Bach. Estas são substâncias florais que são extraídas da natureza que têm várias formulações e que aliviam doenças que estão relacionadas, sobretudo, com estados psicológicos e emocionais. Esta medicina natural aplica-se há já quase um século e é recomendada e aceite pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Usam-se, hoje, os mesmos métodos que Edward Bach usou na elaboração deste método e a maioria das plantas são recolhidas nos lugares onde foram descobertas. Em 1933, o britânico acordou com a empresa inglesa Nelson a gestão e comercialização do seu método. Segundo o princípio curativo idealizado pelo médico, a doença nasce do desequilíbrio entre o corpo, a alma e o espírito. Se estes três estão em equilíbrio, não existem doenças, defendia o especialista inglês. Graças à sua capacidade de entrega, conseguiu criar uma espécie de medicina alternativa baseada nas flores.

E como começou? O início foi um golpe de sorte! Edward Bach recolhia flores que trabalhou de diversas formas. Nas suas experiências, colocou algumas dentro de um recipiente com água de um rio e expô-las ao sol algumas horas. Observou que as gotas de orvalho que pousavam sobre as flores conservavam as suas vibrações. E pensou que, se a água era capaz de manter essa vibração, ao administrar-se esse mesmo líquido transmitir-se-ia a essência floral.

Pôs, então, mãos à obra imediatamente e passou a incluir álcool na mistura pois este conservava e estabilizava melhor a solução. Depois, foi só esperar pelos resultados em alguns pacientes, que não tardaram. O médico e escritor inglês observou curas de todo o tipo mas, de acordo com os resultados, constatou que os elixires surtiam, sobretudo, efeito nas causas da doença e não nos sintomas e nas consequências das patologias que procurava aliviar e/ou curar.

As essências florais de Bach estão pensadas para resolver conflitos entre o corpo e a alma e, segundo a teoria do homem que os desenvolveu, quando há um desequilíbrio entre estes fatores surge a doença. Depois de os ter descoberto e aperfeiçoado, Edward Bach elaborou 38 fórmulas florais, cada uma pensada para um conflito físico e emocional, que são sobretudo conhecidas pela sua designação inglesa. Identifique os principais componentes destes elixires de seguida:

Floral de Bach para quem tem medo

A sua fórmula original leva rock rose, mimulus, aspen, red chestnut e cherry, rosa, mimulos e álamo, também conhecido como algodoeiro, para além de castanha-vermelha e cereja.

Floral de Bach para quem sofre de incerteza

A sua fórmula original integra cerato sclerantus, gentian, gorse, horn beam e wild oat, cerato, genciana, tojo, feixe-de-chifres e aveia selvagem.

Floral de Bach para combater a susceptibilidade a influências externas

A sua fórmula original leva agrimony, cenaury, walnut e holly, agrimónia, centúria, noz e azevinho.

Floral de Bach para quem sente a preocupação alheia

A sua fórmula original é constituída por chicory, vervain vine, beech e rock water, chicória, folhas de verbena, faia e água de nascente.

Floral de Bach para a falta de interesse pelo presente

A sua fórmula original leva clematis, honey suckle chestmnut bud, wild rose, olive, white chesnut mustard , water violet e heather, clematis, brotos de castanha-de-mel, rosa selvagem, azeitona, mostarda de castanha branca, violeta e urze.

Floral de Bach para combater o desânimo

A sua fórmula original integra larch, pipne, elm, sweet chesnut, star of bethlemen, willow oak e crab apple, lariço, pinho, olmo, castanha-doce, estrela-de-belém, carvalho salgueiro e maçã.

O que torna esta fórmula mágica

Os florais de Bach são, na realidade, medicamentos energéticos diluídos em potencias muito baixas. O sistema é composto por 38 remédios naturais, 34 dos quais são flores silvestres. Apenas três das variedades botânicas usadas são cultivadas industrialmente. O resto da fórmula é, originalmente, composta por água filtrada, proveniente de uma fonte que se situa perto da casa de Edward Bach, brande e conhaque.

Coloca-se tudo em frascos com uma goteira em vidro âmbar de 30 centilitros cúbicos. A sua efetividade não se consegue através da ingestão de grandes quantidade dos elixires mas, sim, da frequência com que se tomam pequenas quantidades da essência. As fórmulas compostas pelas essências das flores originais, água mineral ou filtrada são, depois, embaladas em frascos que integram uma goteira.

Como utilizar os florais de Bach

Antes de qualquer uso, é imprescindível realizar um diagnóstico prévio para conhecer as queixas do paciente. Os especialistas observam também a sua reação durante a consulta, avaliando se o paciente se mostra com medo, inseguro e/ou angustiado. Se não evidenciar claramente o problema, é habitual administrar-se uma essência-tipo para que, na consulta seguinte, a pessoa que procura auxílio se apresente com uma mente positiva e uma atitude mais aberta.

São três os principais métodos de utilização propostos pelo especialistas:

1. Diluído num copo de água

Dilua duas gotas de cada uma das essências florais indicadas pelo terapeuta num copo de água e, depois, vá bebendo ao longo do dia ou durante, pelo menos, quatro vezes, preferenciamente com as refeições principais, pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar. Caso não se beba o copo inteiro num dia, é possível guardar o líquido restante no frigorífico, para consumir no dia seguinte. Este método é, no entanto, mais recomendado para tratamentos mais curtos.

2. Diluído num frasco conta-gotas

Coloque duas gotas de cada floral de Bach recomendado pelo terapeuta no interior de um conta-gotas de 30 mililitros e, de seguida, preencha o restante espaço com água filtrada. Deve, depois, beber quatro gotas desta mistura, pelo menos, quatro vezes ao dia. O frasco conta-gotas pode ser guardado no frigorífico por um período máximo de três semanas. Este método, que gera menos desperdício, é mais usado por quem necessita de tratamentos mais longos.

3. Aplicado diretamente na língua

Esta é outra das formas de tirar partido destas substâncias. Tem, no entanto, um inconveniente. Como não estão diluídos, os florais de Bach apresentam um sabor muito intenso. Neste método, as gotas da essência devem ser aplicadas diretamente na língua. Sempre que necessário, deve ingerir duas gotas.

A filosofia da flor explicada por quem sabe

E porque se usa a flor e não o talo ou a raiz na produção dos florais de Bach? O interesse pelos poderes curativos das flores remonta à China e à Grécia. Já no tempo da antiguidade clássica, se tinham percebido as suas propriedades terapêuticas. Platão e também Sócrates, dois dos maiores filósofos de todos os tempos, também se interessaram pelas gotas de orvalho que estavam sobre as pétalas das flores, que usavam para aliviar estados emocionais desequilibrados.

Do ponto de vista botânico, pode dizer-se que a flor é a expressão máxima da planta e, na medicina natural, é a manifestação máxima da energia da variedade botânica. É como se fosse uma antena que recebe constantemente as energias do cosmo, principalmente do sol, do ar e da terra, através das raízes, acreditam os mais místicos. As flores recebem essa energia emanada e criam, de acordo com as suas teorias, o seu próprio poder energético, que pode depois ser transferido para a água.