O rim é um dos órgãos responsáveis pela desintoxicação e pela purificação do nosso organismo, pois filtra as substâncias tóxicas que circulam no sangue. Esses componentes são libertados pelas células para a corrente sanguínea, resultado das reações químicas que ocorrem quando as células processam os nutrientes. No fundo, o rim promove a libertação dos excessos do nosso organismo, através da formação de urina, que é armazenada na bexiga e, posteriormente, eliminada.
Para além disso, o rim também facilita o controlo da pressão arterial, através da libertação de uma enzima chamada renina, assim como o controlo da produção de glóbulos vermelhos, através da produção de uma hormona, a eritropoietina. Também contribui para a ativação de vitamina D, essencial ao organismo. Mas o que é, afinal, a doença renal diabética? Esta patologia engloba as doenças do rim causadas pela diabetes e afeta milhões de diabéticos em todo o mundo.
"A diabetes, especialmente associada a vários anos de evolução ou a um mau controlo glicémico, vai danificar os vasos sanguíneos do rim e, consequentemente, o seu funcionamento. Normalmente, falamos de nefropatia diabética e de doença renal crónica", alerta um artigo publicado do Diabetes 365º, o projeto multiplataforma de literacia sobre a doença que pretende esclarecer os diabéticos. As complicações da diabetes podem ser micro ou macrovasculares, consoante afetem, respetivamente, pequenos ou grandes vasos sanguíneos. "A nefropatia diabética é considerada uma complicação microvascular da diabetes", adverte.
"E esta pode, por sua vez, evoluir para doença renal crónica", refere ainda o site. De acordo com a American Diabetes Association, associação norte-americana que também é conhecida pela sigla ADA, entre 20% a 40% dos doentes diabéticos vão apresentar nefropatia diabética. Sendo uma prevalência significativa, é muito importante estar alerta para esta complicação e, sobretudo, fazer o que está ao seu alcance para a prevenir, alertam os especialistas que acompanham estes doentes.
O que pode fazer para prevenir esta complicação
Se tem diabetes, é fundamental fazer um controlo anual da função dos rins através de análises ao sangue e à urina. As idas regulares ao seu médico assistente são essenciais para o controlo da doença e para a prevenção das suas complicações. Na diabetes, o tempo de evolução da doença é um fator importante e, na maioria das vezes, determinante no aparecimento de complicações. No entanto, o controlo de outros fatores está, todavia noutras, nas nossas mãos, nomeadamente:
- Controlo glicémico
O controlo do açúcar no sangue, também conhecido como glicemia, é a chave para evitar a doença renal diabética. Níveis elevados de glicemia podem aumentar o risco de desenvolver complicações. A hiperglicemia está intimamente ligada às lesões renais, pelo que o controlo da glicemia é fundamental.
- Controlo da tensão arterial
Ter a tensão arterial alta e descontrolada acaba por sobrecarregar o rim e contribuir para o desenvolvimento de lesões renais. Os valores de tensão arterial devem ser, idealmente, inferiores a 140/90mmHg. Assim sendo, caso os seus sejam superiores, deve consultar rapidamente o seu médico de família.
- Cessação tabágica
Ser fumador é um fator de risco para vir a desenvolver doença renal entre outras doenças. Se tem a motivação para deixar de fumar mas, ainda assim, precisa de ajuda, procure o seu médico ou consulte um farmacêutico.
- Manter hábitos saudáveis
Para o controlo e prevenção, quer da diabetes quer da doença renal, deve ainda cumprir uma dieta equilibrada e saudável, pobre em hidratos de carbono e em sal, para além de praticar uma atividade física regularmente, idealmente 150 minutos por semana, para manter um peso saudável. Manter bons hábitos de sono, dormindo entre sete a oito horas por noite, é outra das regras a adotar para se proteger.
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