Escassa em Portugal, a bardana é uma planta tradicionalmente utilizada na Europa, na China e na América do Norte, sendo mais vulgar a bardana-ordinária, também conhecida como pagamasso-menor. Em naturopatia foi sempre utilizada para problemas de pele. Num estudo realizado na Universidade de Utrecht, na Holanda, esta variedade botânica demonstrou ter um efeito antialérgico devido à ação inibitória dos leucotrienos, as citocinas produzidas pelos leucócitos e a própria desgranulação destes.

Essa reação nos mecanismos que fazem parte da resposta imunológica que origina a alergia foi confirmada por uma outra investigação internacional, divulgada pela publicação científica especializada Experimental Biology and Medicine, em 2008. Na queratite herpética, a associação da bardana com a erva-de-são-roberto e a calêndula aumentou a eficácia dos tratamentos com o Aciclovir, um popular fármaco antiviral usualmente utilizado para esta patologia durante a década de 2000.

Princípios ativos e propriedades

Contém inulina, um polissacárido da frutose que lhe confere um sabor doce e que melhora o trânsito intestinal, tem uma ação prebiótica e protege contra o cancro gastrointestinal. Contém também mucilagens com ação protetora da mucosa gástrica e intestinal. Os seus ácidos fenólicos ativam o funcionamento da vesícula biliar e estimulam a eliminação de água pelos rins, poupando os sais minerais. Os taninos têm uma ação adstringente, regeneradora dos tecidos internos e da pele.

Aplicada internamente e externamente, esta variedade botânica ajuda a contrariar patologias da pele como a acne, o eczema, a seborreia, a caspa e até psoríase. Ao aumentar o afluxo de sangue à pele, estimula a sua capacidade de regeneração e melhora a sua textura. Ao mesmo tempo, exerce um efeito anti-inflamatório e antialérgico. Estimula a digestão, protegendo o estômago da azia e das lesões gástricas. Também é útil no tratamento de infeções urinárias, de diabetes e de hipertensão.

É ainda recomenda por especialistas em todo o mundo para combater a gota, as hepatites e a tosse seca. A parte da bardana-ordinária presente na composição dos suplementos alimentares à venda no mercado é, por norma, a raiz. Em extrato seco, tome entre 400 a 800 miligramas por dia. Apesar de ser pouco comum em território nacional, esta planta também pode ser utilizada na confeção de sopas e de saladas. Se estiver seca, amoleça-a em água quente durante cerca de 15 minutos.

Remédios caseiros com bardana

Para exibir uma pele cuidada e brilhante, ingira raiz de bardana, cerca de 400 miligramas, três vezes ao dia. Em alternativa, pode optar pela salva, 500 miligramas, duas vezes ao dia. Fazer dois chás com uma colher de sopa de cada é outra opção. Também deve consumir produtos à base de soja. Os ácidos gordos essenciais presentes nos óleos de onagra, borragem e linhaça, dois gramas duas vezes por dia, também ajudam, pois combatem a inflamação e ajudam a regenerar a derme.

Faça também uma lavagem diária com chá de camomila e alecrim na zona que quer melhorar. Pode também preparar uma loção para cabelo sem caspa. Para isso, coloque cinco colheres de sopa de folhas de alecrim, salva e raiz de bardana em meio litro de água e deixe cerca de 20 minutos em infusão. Coe de seguida e aplique, depois, o líquido obtido no cabelo, massajando-o suavemente com os dedos. Deixe atuar durante cerca de uma hora e lave o cabelo como habitualmente. Ficará surpreendido.