Hoje sabemos que uma dieta saudável é fundamental para uma vida longa e com qualidade. Além da preocupação com os nutrientes necessários para garantir uma melhor qualidade de vida, de manter a forma e de melhorar a saúde, a mulher precisa de se alimentar bem para se manter jovem.
Os alimentos ingeridos na menopausa podem ser um forte aliado das mulheres. A menopausa é um período fisiológico da vida da mulher que provoca uma diminuição dos níveis de estrogénio, que por sua vez afeta a composição corporal (acumulação de gordura abdominal) e a estrutura da pele, ocorrendo uma perda de elasticidade e diminuição da massa muscular.
À medida que os níveis de estrogénio diminuem, aumenta o colesterol e os triglicéridos. A captação de cálcio pelos ossos também fica afetada, pelo que o risco de aparecimento de doenças cardiovasculares e osteoporose aumenta.
Deve-se seguir uma alimentação saudável, equilibrada, natural e funcional, adequada ao seu estilo de vida e essencialmente preventiva, que nos permita equilibrar todos estes desequilíbrios característicos desta fase.
Existe uma ligação muito importante do nosso sistema digestivo com todo o nosso organismo e principalmente com a pele e o envelhecimento celular. As intolerâncias alimentares possuem um importante papel no envelhecimento, pois se insistirmos em comer alimentos que não são adequados para cada organismo contribuiremos para os processos inflamatórios.
Uma das estratégias mais eficazes para fortalecer a saúde da pele é nutrir o corpo através de uma alimentação saudável, beber bastante água, realizar atividade física, e ter boas horas de sono. A qualidade de vida determina a velocidade do envelhecimento.
Muitas mulheres no período da menopausa procuram ajuda especializada para questões não só de âmbito fisico, mas também psicológico, devido às alterações de humor, havendo um aumento de sintomas depressivos e ansiosos associados. É uma fase que tem grande impacto na vida afetiva e sexual da mulher.
Estudos revelam que quando a mulher pensa/acredita que vai passar por uma etapa díficil na menopausa apresenta maiores probilidades de vir a ter humor deprimido.
É no entanto fundamental considerar a experiência individual de cada mulher, ou seja, as suas situações de vida particulares, como o stress do dia a dia, preocupações com filhos adolescentes ou a sairem de casa, pais dependentes, doenças e perdas de amigos e familiares.
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Muitos destes acontecimentos isolados ou em conjunto, acarretam toda uma perceção de perda e o surgimento de sentimentos de inutilidade. A juntar a tudo isto, começam a surgir na própria mulher e no seu companheiro de forma mais acentuada algumas limitações e preocupações de nível físico, acarretando consequentemente mudanças da sua imagem corporal.
Um dos aspetos fundamentais para uma boa vivência desta etapa, é a mulher ter a perceção que estes sentimentos são normais, que também são vividos, sentidos por outras mulheres e que podem ser atenuados.
A falta de conhecimento sobre o que se passa nesta etapa da vida, é um fator negativo e perturbador. É de grande importancia fazer uma avaliação e acompanhamento integrado por vários técnicos de sáude, com quem possa esclarecer as suas dúvidas e optar por estratégias e terapeuticas que a possam ajudar.
Mas a menopausa pode não ser vivida e sentida únicamente de forma negativa, muitas mulheres vivem-na com uma perspetiva libertadora, trazendo até uma sensação de alívo: deixar de ter menstruação e síndrome pré menstual, preocupações com contraceção e gravidez, e ainda algo que na sociedade ocidental é pouco valorizado, que é aumento da experiência e sabedoria associada à idade.
Pode também estar para algumas mulheres associada a uma etapa com mais alegria de viver, de bem-estar e de maior liberdade e autonomia. Sentindo-se estas mulheres possuidoras de mais e maiores estados de calma e concentração, em que os seus objetivos de vida se encontram melhor definidos, em que surgem mudanças e novos interesses pessoais, havendo uma redefinição de objetivos.
A menopausa é caracterizada pela existência de mudanças e desafios diversos, mas não se deve ter a visão única de diminuiçao da qualidade de vida. Esta deve ser uma etapa de reavaliação pessoal, da saúde e de estilos de vida.
Modificar certas rotinas na vida, como fazer uma alimentação planeada e cuidada, exercício fisico, deixar de fumar, são aspetos que ajudam não só na sáude e trazem bem-estar em geral, mas permitem igualmente o aliviar de sintomas desta etapa de vida.
Para além da terapeutica hormonal de substituição, existe atualmente cada vez mais a valorização de intervenções psicológicas e multidisciplinares que sejam eficazes na atenuação de sintomas e possibilitem à mulher ajudar a desenvolver estratégias de superação e adaptação face a determinados sintomas, e consequentemente promovendo a diminuição do mal-estar emocional.
Só uma intervenção biomédica-psicológico-social, podem permitir uma melhor abordagem e transição desta etapa.
Texto: Ana Pinto, nutricionista; Lígia Varandas, psicóloga e psicoterapeuta
Agradecimentos: Grupo Alba
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