15 de março de 2013 - 11h41
Portugal tem necessidade de criar Normas de Orientação Clínica (NOC) generalizadas em oncologia, que sejam aplicadas em todos os centros hospitalares. Os doentes não podem sofrer com o facto de termos hospitais com diferentes critérios no que respeita o acesso aos medicamentos e tratamentos.
As NOC não só garantem equidade e igualdade no acesso aos medicamentos e tratamentos, como também uma maior rapidez na marcação de exames e cirurgias e melhores medicamentos para garantir os devidos cuidados de saúde.
Ultimamente o acesso aos medicamentos e tratamentos tem sido tema para larga discussão.
No entender da Europacolon Portugal - Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino, os médicos e todos os profissionais de saúde têm o dever de tratar os doentes da melhor forma possível. É sua obrigação informar acerca dos melhores tratamentos, com o melhor benefício, mesmo que sejam mais caros. Para um médico, a poupança nunca deve ser sinónimo de má prática médica. Por outro lado, se tivermos dois fármacos semelhantes em termos de eficácia, devemos optar pelo mais barato.
O ideal, nas decisões sobre alocação de custos, seria optar pelos medicamentos “mais baratos dos melhores” e não entre os “melhores dos mais baratos”. Temos que garantir sempre o melhor tratamento aos doentes e os devidos cuidados de saúde.
A Europacolon existe para defender os interesses dos doentes. Queremos aumentar o conhecimento sobre o cancro do intestino, para que tenhamos doentes esclarecidos e ativos no seu processo terapêutico.
Em Portugal morrem 10 pessoas por dia com cancro do intestino e surgem mais de 7.000 novos casos por ano. Com números tão assustadores, infelizmente ainda assistimos a diferenças abismais entre o tempo de espera para a marcação de um exame ou de uma cirurgia.
Três meses pode ser a diferença entre a vida e a morte. Esperemos que as NOC que estão em estudo pelo Ministério da Saúde venham melhorar o acesso e a rapidez dos tratamentos e que estas diferenças, que prejudicam gravemente os doentes, acabem de vez!
Sobre o Cancro Colo-Retal*
O Cancro do Intestino, também denominado por Cancro Colo-Rectal (CCR), é a 2ª forma mais comum de cancro entre os Homens (3.951 casos, 16,5% do total) e Mulheres (3.001 casos, 15,5% do total) Portuguesas. Morrem por ano cerca de 2.112 Homens (14,4% do total) e 1.579 Mulheres (16,4% do total) no nosso país, devido a esta patologia.
Na Europa surge como a 3ª forma mais comum de cancro nos Homens (229.229 casos 13,5% do total) e a 2ª forma mais comum nas Mulheres (203185 casos, 13,5% do total). Com uma mortalidade de, respetivamente, 110.059 (11,5% do total) e 102160 casos (13,5% do total).
Em termos mundiais surge, à semelhança da Europa, como a terceira forma mais comum de cancro nos Homens (663.904 casos, 10% do total) e a segunda forma mais comum nas Mulheres (571204 casos, 9,4% do total). Matando por ano cerca de 320.397 Homens (7,6% do total) e 288.654 Mulheres (8,6% do total) em todo o mundo.
Por Vítor Neves, Presidente da Europacolon Portugal - Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino. 
*Relatório GLOBOCAN 2008 -  Agência Internacional de Investigação do Cancro