Diz-se muito sobre o cancro. Mas muito do que se diz não tem uma base científica. Quando ideias erradas sobre a doença oncológica se espalham e acabam por enraizar-se, podem ser alarmistas e, por outro lado, interferir em decisões relacionadas com a prevenção e o tratamento. Conheça 5 mitos muito comuns quando o tema é cancro.

1.    O cancro é sempre mortal

Não, não é. De acordo com o National Cancer Institute, nos Estados Unidos, a probabilidade de se morrer devido a um cancro tem vindo a diminuir desde os anos 90. As taxas de sobrevivência de 5 anos para o cancro da mama, cancro da tiroide e cancro da próstata excedem, atualmente, os 90%. A taxa de sobrevivência de 5 anos em relação a todos os tipos de cancros combinados é cerca de 66%.
No entanto, é necessário ter em conta que estas percentagens se baseiam em dados de um número muito elevado de pessoas. O tempo que um doente com cancro poderá viver ou se morrerá ou não devido à doença depende de vários fatores (se o cancro é de evolução lenta ou rápida, se já se espalhou para outras áreas do corpo, os tipos de tratamento a que se submeteu, a saúde geral da pessoa, entre outros).

2.    A minha atitude (otimista/pessimista) vai determinar o meu risco ou probabilidade de recuperar de um cancro

Até à data, não existem dados científicos que associem a atitude de uma pessoa ao risco de ter cancro ou de sobreviver ou não à doença, segundo o National Cancer Institute. É de realçar que é normal que um doente com cancro fique, por vezes, mais triste, desanimado e sem esperança. Por outro lado, alguém que tenha uma atitude mais positiva pode ter mais facilidade em conviver e manter-se ativo e, por seu turno, a atividade física e o apoio emocional podem dar-lhe mais qualidade de vida e força para enfrentar todo o processo.

3.    O cancro causa sempre dor

De acordo com especialistas da Mayo Clinic, alguns cancros nunca provocam dor. Porém, a dor oncológica é um sintoma que deve ser valorizado, comunicado ao médico e tratado rapidamente, para que seja mais fácil controlá-la. Existem, hoje em dia, várias formas de controlar a dor para que tenha menos impacto na rotina diária do doente.

4.    Os telemóveis provocam cancro

Os estudos científicos realizados até à data não comprovaram que a
utilização do telemóvel possa provocar cancro. Como é explicado pelo
National Cancer Institute, o cancro é causado por mutações genéticas e
os telemóveis emitem uma energia de baixa frequência que não danifica os
genes.

De qualquer modo, no dia-a-dia, a Food and Drug Administration aconselha aos utilizadores de telemóvel mais preocupados que…

•    Utilizem o telemóvel apenas quando não têm acesso a um telefone fixo.

•    Recorram a um auricular, que permite aumentar a distância
entre o telemóvel (nomeadamente da antena, que é a fonte de energia) e a
cabeça do utilizador.

5.    Não existem hábitos, ao nível do estilo de vida, que ajudem a prevenir o cancro

Sabia
que cerca de 1/3 das mortes por cancro estão ligadas à inatividade
física e a uma alimentação incorreta? Também existe uma associação
comprovada cientificamente entre fumar e o desenvolvimento de cancro do
pulmão e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas está ligado a um
risco mais elevado de cancro da mama, cancro da cavidade oral, cancro do
esófago, entre outros. Já a obesidade está associada a taxas de
mortalidade superiores em mais de dez tipos de cancros e exposição solar
prolongada e desprotegida é o principal fator de risco para o
desenvolvimento de cancro de pele.

O que pode, então, fazer ao nível do estilo de vida para reduzir o seu risco de cancro?

•    Deixe de fumar – os benefícios vão sentir-se na sua saúde geral.

•   
Faça uma alimentação equilibrada e diversificada e abundante em fruta,
vegetais e cereais integrais e evite as gorduras saturadas, sal, açúcar e
álcool em excesso.

•    Pratique exercício físico regularmente,
pois ser ativo fisicamente reduz o risco de obesidade e de cancros como o
da próstata, mama e colo-rectal.

•    Por último, aplique
protetor solar diariamente cerca de 30 minutos antes de sair de casa. Na
praia, parque, campo ou piscina, aplique sempre protetor solar com FPS
não inferior a 50 e renove a aplicação de duas em duas horas.

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