Muito se tem escrito e falado sobre os superfrutos, enfatizando a importância de lhes dedicar um consumo privilegiado, seja enquanto fruta fresca seja sob a forma de sumo ou de fruta desidratada, entre outras. Apesar de não existir uma definição técnica e científica para os superfrutos, em essência, este conceito surge associado a uma origem distante e exótica, o que muito contribuirá para conferir a esses frutos o seu quê de aura mítica. Ora, importa referir que também em Portugal encontramos frutas com características que as tornam dignas dessa classificação.

Falar de superfrutos, mais do que salientar a origem, é uma forma de realçar as características nutricionais que reforçam o valor e densidade nutricional desses alimentos. Assim, estaremos a falar de frutos com forte poder antioxidante, alto teor de fibras, vitaminas, minerais e outros nutrientes que podem contribuir para um melhor estado de saúde e prevenção de determinadas doenças. Entre as frutas que podemos encontrar nos pomares portugueses podemos destacar, por exemplo, a ameixa.

Com apenas 36 kcal por 100 g, tem um elevado teor de fitonutrientes únicos, contém vitamina A na forma de betacaroteno e vitaminas C e E, antioxidantes que ajudam a proteger as células dos efeitos nocivos dos radicais livres e que contribuem para retardar algumas das consequências do envelhecimento. A ameixa é também reconhecida por ser uma fonte privilegiada de fibra, importante para o bom funcionamento do sistema gastrointestinal. Já a melancia contém vitamina A, que ajuda a preservar a saúde ocular.

Além dessa, contém ainda vitaminas B5, B6 e C, que contribuem para o bom funcionamento do sistema imunológico. A melancia é uma fruta especialmente rica em água, constituindo por isso uma excelente fonte de hidratação. O morango, outro dos superfrutos, é um dos alimentos mais ricos em vitamina C, que tem uma grande capacidade antioxidante e simultaneamente é uma excelente aliada do sistema imunitário. Oferece ainda ácido fólico, fósforo, magnésio e potássio, que contribuem, entre outros, para a na manutenção do bom funcionamento muscular.

O fruto que vai para o prato na salada

Fonte de vitamina A e C, o tomate, que também integra esta lista, é rico em licopeno, um antioxidante que ajuda a regular os níveis de colesterol e triglicéridos no sangue e a manter a bom estado da visão. Fonte de substâncias antioxidantes, a uva, outra das frutas de verão, é fonte de vitamina C, de vitamina K e de potássio. A casca da uva rosada possui uma substância cardioprotetora chamada resveratrol. E porque não queremos excluir origens mais distantes, dos Estados Unidos da América vem a uva Concord, cujo forte poder antioxidante resulta em benefícios para a saúde cardiovascular.

Além de proteger a saúde cerebral e o sistema imunitário, esta fruta ajuda ainda a preservar a elasticidade e flexibilidade das artérias e tem um forte efeito anticoagulante. Verdadeiramente exótico, e porque a diversidade contribui para ajudar a apreciar a fruta e aumentar o seu consumo, podemos também referir o açaí, que é rico em fibras, em cálcio, em ferro, em magnésio, em zinco e em vitaminas. Conhecido pelo forte poder antioxidante e anti-inflamatório, ajuda a prevenir doenças cardiovasculares e a reduzir o colesterol.

Todos estes são exemplos de frutas que devemos e podemos consumir em vários momentos. Pode e deve ingeri-las como entrada de refeição, como sobremesa, ao lanche ou ao pequeno-almoço, saboreando-as de várias formas. Com casca, fatiadas, desidratadas ou em sumo. Saborosas, leves e nutritivas, estas são sugestões de verdadeiros superalimentos que devemos ter diariamente à mesa, na lancheira ou como snack saudável. No verão e em todas as outras estações do ano!

Texto: Alexandra Bento (nutricionista)