Ainda que os programas e produtos de emagrecimento constituam uma indústria avaliada em 58 mil milhões de dólares, o número de pessoas que fazem dietas está a diminuir, segundo a NPD Group, uma empresa de estudos de mercado.

Em 1990, num grupo de 5000 consumidores, 39% das mulheres e 29% dos homens afirmavam estar em dieta. Hoje em dia, os números são 26% e 16%, respectivamente.

Pelo que parece, estas pessoas parecem estar mais interessadas em comer só cereais, fibras e ácidos gordos omega-3 do que seguir a última moda das dietas.

Isto até pode ser uma coisa boa, mas novos estudos demonstraram que algumas dietas são mais eficazes do que se pensava anteriormente.

Tão importante como a dieta que escolhe, talvez seja o modo como escolhe um programa.

Tendo sido publicado no New England Journal of Medicine este Verão, o estudo acompanhou mais de 300 israelitas moderadamente obesos durante dois anos, atribuindo a cada um uma de três dietas: uma dieta baixa em gorduras e com poucas calorias; uma dieta Mediterrânica rica em fibras; e uma dieta com poucos hidratos de carbono.

Muito embora tenhamos sido condicionados a pensar que as dietas com poucas gorduras são a melhor forma de se perder peso, os resultados não confirmaram esta teoria.

Em média, os que se submeteram à dieta baixa em gorduras só perderam 3kgs, comparados com 4,5kgs para os da dieta Mediterrânica e 5kgs para os da dieta baixa em hidratos de carbono.

Enquanto as dietas demonstraram ser iguais em termos de ajuda aos biomarcadores do funcionamento hepático e inflamatório, outros resultados variaram substancialmente.

A dieta baixa em hidratos de carbono fez subir os níveis do colesterol bom e cortou os níveis da arteriosclerose, mas causando o aumento dos níveis de triglicéridos.

A dieta baixa em gorduras aumentou a glucose em jejum, cujos elevados níveis são um sinal de diabetes, enquanto que a dieta Mediterrânica originou uma descida.

"A importância deste estudo prende-se com o facto de demonstrar que não há uma única solução para todas as pessoas,”refere Iris Shai, líder do estudo e investigadora na Universidade Ben-Gurion em Negev.

Manter-se fiel ao programa
De facto, os peritos referem que uma ampla variedade de dietas podem funcionar, caso as pessoas sejam capazes de escolher programas que sejam sustentáveis para si e encontrem formas de se manter fiel ao programa.

Normalmente, as pessoas fazem descarrilar as suas dietas logo desde o início, porque têm expectativas irrealistas sobre quanto peso vão perder e quão depressa isso vai ocorrer, segundo Heidi Skolnik, uma nutricionista certificada e instrutora de saúde e condição física no Hospital for Special Surgery.

Do mesmo modo, também querem que o processo seja fácil. Quando isso não acontece, desistem e tentam outra coisa, um processo que não é bom nem para o corpo nem para a mente.

"As dietas io-io perturbam a sua mente," refere Skolnik. "É muito desmoralizador. A cada nova tentativa, uma pessoa está mais relutante em ter esperança, e torna-se numa profecia auto-realizável."

Skolnik sugere que imagine o seu corpo ideal, tendo em conta a sua altura e estrutura, e depois pense num objectivo realista.

Também importa considerar os seus gostos alimentares, objectivos e historiais de dieta, e deve consultar o seu médico antes de começar alguma dieta, refere Shai.

Por exemplo, se uma dieta lhe pede para cortar drasticamente nos hidratos de carbono e você adora pão e massas, as hipóteses de sucesso são reduzidas.

Independentemente de uma dieta ser fantástica, se não conseguir entendê-la como uma estratégia a longo-prazo, provavelmente nem vale a pena tentar.

Do mesmo modo, caso queira diminuir os seus níveis de colesterol ou controlar a diabetes, é preciso ter estes aspectos em conta quando tomar a sua decisão. E se tentou dietas no passado e não conseguiu obter resultados – a quem é que isto já não aconteceu? – analise o que correu mal.

Skolnik afirma que a sua personalidade é igualmente importante. Responde melhor a situações estruturadas ou mais flexíveis?

Tem um melhor desempenho quando se sente amparado por uma rede de apoio ou quando está por sua própria conta?

Uma resposta honesta a estas perguntas, pode ajudá-lo a descobrir se para si é melhor comprar um livro de dietas ou participar num programa de emagrecimento com reuniões frequentes.

Antes de escolher uma dieta deve também ter em conta alguns factores essenciais, diz Stacey Snelling, uma dietista certificada e professora-associada na American University no departamento de saúde e fitness.

Entre estes incluem-se: provas científicas que sustentem a eficácia da dieta e alguma componente de actividade física para ajudá-lo a manter o peso.

Por outro lado, vale a pena questionar as dietas que recomendam a utilização de suplementos, já que podem não ser adequadas em termos nutricionais.

Além disso, não é certo que os comprimidos possuam os mesmos benefícios para a saúde como os alimentos dos quais são derivados.

Conclusões Finais
Para aqueles que ainda estão a fazer dieta, ou para os que ficam logo em pulgas quando ouvem notícias sobre a nova dieta da moda, ainda há esperança.

Segundo os peritos, é possível que as pessoas que fazem dieta consigam melhorar as suas hipóteses de sucesso, se perderem algum tempo de antemão a certificarem-se que escolhem dietas saudáveis que correspondem às suas metas e personalidades.

"Deve saber com qual dieta é que é capaz de viver. Não pode ser uma dieta drástica a curto-prazo, mas sim uma a longo-prazo," conclui Shay.

Allison Van Dusen
10 de Novembro de 2008
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