5 gramas é o valor máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 10,7 gramas, mais do dobro, é no entanto a quantidade diária de sal que consumimos. Mesquita Bastos, médico cardiologista e presidente da Sociedade Portuguesa da Hipertensão (SPH), é um dos muitos especialistas nacionais e internacionais que alertam para o risco demasiado elevado que os portugueses atualmente correm. Veja como o consumo de sal em excesso pode afetar a sua saúde.

Estes são cinco dos principais mitos (ainda) associados à ingestão deste alimento que, com a ajuda de ervas aromáticas, deve começar a evitar ao máximo.

1. Não adiciono sal à comida, logo não consumo sal em excesso

Não basta evitarmos usar o saleiro às refeições. No dia a dia, ingerimos mais sal do que o que pensamos. «80 por cento do sal ingerido resulta do consumo individual passivo, ou seja, é o sal que já está presente nos alimentos», refere a Sociedade Portuguesa  de Hipertensão.

2. Não sofro de hipertensão, portanto, não tenho de reduzir o consumo de sal

O consumo excessivo de sal pode fazer com que uma pessoa saudável deixe de o ser e se torne hipertenso, o que, por sua vez, é um fator de risco para doenças como o acidente vascular cerebral (AVC) e a doença cardiovascular.

3. Só uso sal marinho, pois é mais saudável do que o sal fino

O sal grosso e o sal fino são ricos em cloreto de sódio e, consequentemente, ingeridos em excesso, ambos tornam-se perigosos para a saúde.

4. Um alimento com excesso de sal sabe a... sal!

Alguns alimentos que são ricos em sal não têm um sabor necessariamente salgado. Exemplo disso são alguns cereais de pequeno-almoço, molhos, bolachas e bolos.

5. A comida com menos sal não tem sabor

Na verdade, pratos com muito sal escondem o real sabor dos alimentos e provocam uma dessensibilização das papilas gustativas. Se seguir uma dieta com menos sal, em menos de um mês, as suas papilas gustativas estarão a trabalhar de forma mais eficaz e sentirá cada vez menos necessidade de adicionar sal ao seu prato.

Texto: Carlos Eugénio Augusto com Mesquita Bastos (médico cardiologista e presidente da SPH - Sociedade Portuguesa da Hipertensão)