5 de abril de 2013 - 10h49
A cidade chinesa de Xangai anunciou hoje o encerramento temporário dos mercados de aves vivas na metrópole para tentar conter a propagação do vírus H7N9 da gripe aviária.
"Esta medida é tomada com um objetivo de proteção da saúde pública", disse o porta-voz da autarquia, Xu Wei, em conferência de imprensa.
A estirpe H7N9 do vírus da gripe aviária, que até há pouco tempo não era transmissível aos humanos, infetou desde fevereiro pelo menos 14 pessoas no leste da China, fazendo seis mortos no total, quatro dos quais em Xangai.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) descartou na quarta-feira o risco de uma pandemia, uma vez que não há provas de transmissão de pessoa para pessoa.
Ainda assim, os especialistas sublinharam a importância de estabelecer a origem da infeção e a forma como se transmitiu aos humanos, para reduzir a exposição dos seres humanos ao vírus.
Especialistas contactados pela AFP consideraram que a nova estirpe tem caraterísticas preocupantes que requerem vigilância apertada, embora se desconheça a extensão exata da ameaça.
O mais preocupante, para os investigadores, é a vasta dispersão geográfica do vírus, assim como o facto de parecer estar a espalhar-se de forma invisível entre os seus animais hospedeiros, possivelmente frangos ou patos.
"Estou cautelosamente preocupado", disse o virologista John Oxford, da Universidade Queen Mary de Londres, citado pela AFP.
"Se houvesse quatro casos em Xangai estaria muito menos preocupado, mas como está tão disperso geograficamente, penso que está a tentar dizer-nos qualquer coisa", acrescentou.
Vírus não é mortal para as aves
O cientista explicou também que, como o vírus não é mortal para as aves, "pode estar a espalhar-se entre os animais sem que nos apercebamos". "Provavelmente está mais disperso do que pensamos".
O vírus da gripe A (H7N9) passou dos animais para os homens através de uma série de mutações genéticas e já foi diagnosticado em quatro províncias chinesas: Jiangsu, Zhejiang, Anhui e Xangai.
Das 14 pessoas com infeção confirmada, seis morreram desde fevereiro.
Os pacientes afetados sofrem de pneumonia com febre, tosse e falta de ar.
O vírus H5N1, mais conhecido e que infetou 622 pessoas desde 2003, matando 371, é altamente falar para as aves, o que o tornava mais fácil de identificar do que a nova estirpe.
Lusa