Embora possa surgir em qualquer idade, o vitiligo é mais frequente no adulto jovem, sendo raro na primeira infância ou terceira idade. De causa ainda desconhecida, sabe-se que esta é uma doença não contagiosa, com predisposição genética, que resulta da perda local de melanócitos (células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele).
De acordo com a médica dermatologista Helena Toda Brito, o mecanismo responsável pela destruição dos melanócitos não está ainda completamente esclarecido. "Mas pensa-se que tenha uma origem autoimune", sendo que o sistema imunitário identifica a melanina como um elemento estranho ao organismo, atacando e eliminando as células responsáveis pela sua produção.
Doenças da tiroide, diabetes, anemia perniciosa, doença de Addison ou alopecia arreata são algumas das patologias às quais o vitiligo pode estar associado. "O vitiligo caracteriza-se pelo aparecimento de manchas despigmentadas, com formas e dimensões variadas, dispersas pelo tegumento. Estas são tipicamente brancas, mas podem por vezes ter tonalidades intermédias", descreve a especialista adiantado que, embora geralmente assintomáticas, as manchas podem cursar com prurido numa fase inicial.
Face, pescoço, dorso das mãos, extremidades dos dedos e contornos dos lábios, genitais ou mamilos são às áreas mais afetadas.
"Nas zonas pilosas, como o couro cabeludo ou sobrancelhas, pode ocorrer perda da cor dos pelos, com o aparecimento de pelos brancos", refere a médica. E para além das lesões na pele, "o vitiligo pode estar associado a alterações oculares e auditivas". No entanto, estes casos são bastante raros.
Habitualmente, o seu diagnóstico é feito pela observação clínica das lesões pelo médico dermatologista. "Em alguns casos, pode ser necessária confirmação do diagnóstico por biopsia cutânea", adverte Helena Toda Brito.
Tratamento
Quanto ao tratamento, uma vez que não existe cura para a doença, este apenas serve para minimizar o seu aspeto, podendo ajudar a restaurar a cor da pele. Entre as opções terapêuticas está o uso de medicamentos que induzem a repigmentação das regiões afetadas.
Podem ser ainda utilizadas tecnologias como o laser ou fototerapia, bem como técnicas de cirúrgicas com micro-enxertos de pele.
"Adicionalmente salienta-se a importância da proteção solar adequada, que tem um duplo objetivo nos doentes com vitiligo: proteger as manchas brancas das queimaduras solares (a falta de melanina torna a pele mais vulnerável aos efeitos nocivos da radiação solar, aumentando o risco de queimaduras solares e cancro de pele) e evitar que a pele em redor se bronzeie e torne as manchas de vitiligo mais óbvias", acrescenta a especialista em Dermatologia do Hospital Lusíadas Lisboa.
Apesar de se tratar de uma doença benigna não transmissível, o vitiligo pode ter um grande impacto na autoestima e qualidade de vida do doente, uma vez que ainda é encarada com algum preconceito.
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