Fernando Barbosa, o presidente da cooperativa de solidariedade social dedicada a essa problemática, explica que a nova valência começará por funcionar com recurso a terapeutas especializados em Música, após o que se prevê que o serviço evolua de forma a também incluir Dançoterapia.

"São duas terapêuticas emergentes cuja aplicação neste tipo de perturbações ainda não é muito explorada em Portugal, mas cuja eficácia já foi comprovada por estudos internacionais", declarou o responsável à agência Lusa.

"Ambas têm uma grande componente lúdica e acabam por surtir resultados em diferentes faixas etárias, o que não se pode dissociar do poder que a música exerce sobre quase toda a gente, quer se trate de uma criança, um adolescente ou um adulto", realça.

Entre as vantagens da Musicoterapia inclui-se a sua eficácia para melhorar a comunicação, criar competências de relacionamento interpessoal, aumentar a responsabilidade pessoal e desenvolver o sentido de jogo. Essa terapêutica pode ainda desencadear a atenção conjunta, melhorar o processamento auditivo, desenvolver a motricidade fina e grossa, e ajudar a identificar e expressar adequadamente certas emoções.

A adaptação de histórias sociais a contexto musical pode também modificar alguns comportamentos e ensinar novas competências, pelo que a Musicoterapia revela o que Fernando Barbosa define como "um grande potencial reabilitativo".

Decorrendo em instalações próprias no centro de Vale de Cambra ou então em contexto residencial ou escolar, de acordo com as necessidades do utente, as sessões naquele concelho envolvem um preçário "a custos reduzidos".

Segundo Fernando Barbosa, isso "só é possível graças à Fundação Luiz Bernardo de Almeida, que cedeu a sala criada especificamente para este efeito, e também ao apoio da SIC Esperança e da Porto Editora, que contribuíam para o projeto com fundos angariados através do projeto natalício 'Musicoterapia para Autistas'".