Duas dezenas de pessoas estão hoje em protesto em frente ao Centro de Saúde de Belas contra a falta de médicos de família em Sintra, naquela que é a primeira de várias vigílias organizadas pela Comissão de Utentes de Saúde.
"Em Sintra, onde moram mais de 400 mil pessoas há mais de 136 mil sem médico de família” e só “neste centro de saúde estão inscritos 16.500 utentes e 7.500 que não têm médico de família", disse Paula Borges, da comissão de utentes.
A porta-voz do Comissão lamentou ainda as condições deste equipamento de saúde: "É um prédio de habitação adaptado a centro de saúde. Não tem elevador e quando as pessoas não conseguem subir as escadas os médicos têm que descer e dar as consultas no hall de entrada".
A responsável explicou que, dada a falta de médicos de família, as pessoas "são obrigadas a fazer grandes filas de espera para arranjar uma consulta".
À porta do centro de saúde estava uma dezena de pessoas, algumas das quais desde as 5:50. De muletas nas mãos, Maria Eugénia Filipe, 74 anos, chegou ao equipamento de saúde às 6:15 para "tentar arranjar uma consulta" e lamentou as "dificuldades" para subir ao primeiro piso do equipamento de saúde.
"Tive que sair de casa às 5:50 para apanhar o autocarro e esperar aqui desde muito cedo, senão não arranjo consulta. E depois ainda tenho que subir, de muletas, até ao primeira andar do centro de saúde. Custa-me muito", sustentou.
Também reformada, Lucinda Rocha lamentou quer a falta de médico de família quer as condições em que tem que esperar para "tentar arranjar consulta".
"Cheguei aqui às 6:20. Como não tenho médico de família há quatro anos tenho que vir a esta hora e esperar ao frio e à chuva", disse.
Segundo a comissão de utentes esta é a primeira de várias vigílias, durante o mês de janeiro, contra a falta de condições nos centros de saúde, a falta de médicos e o aumento das taxas moderadoras.
As restantes vigílias vão decorrer nos centros de saúde de Queluz (17), Agualva (18), Rio de Mouro (23), e Mem-Martins (24), às 07:00 e terminam no dia 27m em frente ao Hospital Amadora-Sintra.
16 de janeiro de 2012
@Lusa
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