O uso de contracetivos reduziu em 40% o número de mortes maternas registadas nos últimos 20 anos nos países em desenvolvimento, segundo um estudo divulgado hoje pela revista Lancet, que atribui a mudança à redução de gravidezes indesejadas.
Cinco professores de instituições de investigação inglesas e norte-americanas coordenaram o estudo “Contracepção e Saúde”, publicado na revista médica, que apresenta novos dados sobre os efeitos do uso de contracetivos.
De acordo com a investigação, o uso de métodos contracetivos nos últimos 20 anos permitiu às mulheres controlar as gravidezes indesejadas, reduzindo o número de mortes maternas em 40%.
Em pouco mais de dez anos, o uso de anticoncecionais reduziu em cerca de 26% a taxa de mortalidade materna (risco de morte da mãe em cada 100 mil nados vivos).
O estudo sublinha que o uso de contracetivos veio impedir gestações de alto risco, especialmente entre as mulheres com muitos filhos e aquelas cuja gravidez tinha terminado em aborto.
No entanto, os investigadores estimam que mais 30% das mortes maternas poderiam ter sido evitadas se as mulheres tivessem tido acesso a métodos anticoncecionais.
Os investigadores concluem por isso que os benefícios do uso de contracetivos para a saúde das mulheres superam os riscos. Da mesma forma, consideram que também pode melhorar os resultados perinatais (período compreendido entre a 28.ª semana de gestação e o 7.° dia de vida do recém-nascido) e a sobrevivência da criança, uma vez que permite aumentar o período entre os nascimentos dos filhos.
Nos países em desenvolvimento, o risco de nascer prematuro e com baixo peso duplica quando a conceção acontece antes de terminarem os seis meses de um parto anterior. Da mesma forma as crianças que nascem antes de o irmão ter dois anos têm 60% mais de probabilidades de morrer na infância do que aqueles que nasceram dois anos após o nascimento do irmão.
O estudo hoje divulgado é da autoria do professor John Cleland, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, do professor Agustin Conde-Agudelo que está associado a várias instituições de perinatologia e do Instituto Nacional de Saúde. O professor Herbert Peterson pertencente ao Departamento de Saúde Maternal e Infantil e Amy Tsui do Departamento da População, Família e Saúde Reprodutiva.
10 de julho de 2012
@Lusa
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