Numa nota enviada, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) informa que, apesar de ainda se manter uma elevada procura nos serviços de urgência, foi já possível ultrapassar as dificuldades criadas por um elevado afluxo de doentes ao longo do fim de semana e do dia de segunda-feira.

O CHL adiantou que de um total de 1.761 utentes atendidos, 41% não eram urgentes (pulseiras verde e azul) e, por isso, não necessitavam de acorrer a estes serviços.

"Com um volume de doentes que foi crescendo e agravando ao longo do fim de semana e no dia de segunda-feira, as urgências do CHL atingiram valores de mais de 500 atendimentos diários, passando de 521 utentes no sábado, para 658 utentes" na segunda-feira, revelou.

O Serviço de Urgência Geral (SUG) do HSA, no total dos três dias, "recebeu 241 ambulâncias, sendo que, destas, 07,5% não vinham referenciadas pelo CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes]".

"Dos doentes que chegaram em ambulâncias do INEM, 25% eram pouco urgentes ou não urgentes. Registou-se também que 67,5% dos utentes acorreram ao SUG do HSA o fizeram de forma autónoma, por meios próprios, o que é uma percentagem excessiva face às características destes serviços", referiu o CA.

Salientando que em 24 horas o CHL conseguiu "garantir a estabilização do funcionamento dos serviços, mesmo que ainda sobrecarregados", o CA explicou que a afluência às urgências, "situação, atípica e não previsível, implicou um grande afluxo de doentes num curto espaço de tempo", o que "acontece esporadicamente neste e noutros serviços do SNS [Serviço Nacional de Saúde]".

O hospital recordou que o Plano de Contingência foi ativado já a 09 de janeiro, perante o cenário de epidemia gripal. Esta medida "foi efetiva na resolução das dificuldades relacionadas com o acesso elevado às urgências, nomeadamente com o reforço das equipas, com profissionais disponíveis, empenhados e dedicados".

"Recorde-se que as urgências do CHL, especialmente o SUG do HSA, são a única porta aberta nas 24 horas do dia em todo o fim de semana e, somando uma segunda-feira em que o serviço recebeu muitas pessoas em pouco tempo, criou-se um pico extraordinário que só medidas excecionais permitiram ultrapassar. Essas medidas foram tomadas e, ainda que com algumas demoras no atendimento, face ao volume momentâneo e excessivo de doentes", lê-se ainda no comunicado.

O CA do CHL reitera a "necessidade da colaboração de todos os intervenientes na rede de cuidados, e também dos utentes, para que as urgências hospitalares sejam usadas de forma correta".

Na segunda-feira, as macas de diferentes corporações retidas no hospital de Santo André deixaram dezenas de ambulâncias inoperativas, sem possibilidade de fazerem socorro, disseram à agência Lusa algumas corporações de bombeiros.