O modelo do Centro Médico Universitário de Lisboa (CMUL), a constituir quarta-feira, assenta na “criação de instrumentos que suscitem a discussão, investigação e aplicação prática de novos instrumentos para a governação clínica, para a governação académica, de modo a desenvolver áreas inovadoras”, explica o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) em comunicado.

“Desta forma, pretende-se adquirir bases e conhecimentos que, uma vez testados e desenvolvidos em modelos teóricos e académicos, possam ser transpostos para a melhoria da prestação de cuidados”, adianta o CHLC, que engloba os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta, Curry Cabral, Maternidade Alfredo da Costa e D. Estefânia.

Os centros médicos académicos representam atualmente uma das formas de organização mais modernas e promissoras das estruturas integradas de assistência, ensino e investigação médica, apresentando como principal objetivo o avanço e aplicação do conhecimento e da evidência científica para a melhoria da saúde, refere o centro hospitalar.

O comunicado salienta que a relação entre a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e o CHLC é “determinante para importar as ferramentas necessárias para fazer melhor e diferente no campo do ensino pré e pós graduado, da investigação”.

Esta relação também é importante para a “criação de canais para a introdução de técnicas inovadoras que permitam criar valor acrescentado e romper com os paradigmas tradicionais, nomeadamente através da investigação translacional”.

O ato de constituição do Centro Médico Universitário de Lisboa vai realizar-se na quarta-feira, numa cerimónia no Hospital S. José, que contará com a participação dos ministros da Saúde, Paulo Macedo, e da Educação, Nuno Crato, da presidente do Conselho de Administração do CHLC, Teresa Sustelo, e do reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas.

Além deste centro irá funcionar também em Lisboa outra unidade dedicada à investigação clínica, no Hospital Santa Maria que, segundo avançou na segunda-feira o Diário de Notícias, irá fazer investigação nas áreas em que há maiores necessidades para os doentes portugueses, como a oncologia, a cardiologia, a diabetes ou a neurologia.

Segundo o jornal, só na oncologia, o Centro de Investigação Clínica (CIC), que reúne o Hospital de Santa Maria, o Instituto de Medicina Molecular e a Faculdade de Medicina de Lisboa, poderá vir a colocar um quinto dos seus doentes em ensaios clínicos com novos medicamentos, o que irá abranger perto de 200 pessoas por ano.