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Avaliados fatores como qualidade do ambiente, hábitos alimentares, acontecimentos de vida e emprego
23 de julho de 2013 - 09h33
A Região Norte, particularmente Grande Porto, Cávado, Tâmega e Minho-Lima, é a região do país onde se regista o maior número de óbitos por cancro do estômago, enquanto as zonas da Grande Lisboa, Grande Porto, Baixo Alentejo e Algarve registam a taxa mais elevada de mortes devido a cancro nos brônquios e no pulmão.
Estes são os primeiros resultados de um estudo em curso na Universidade de Coimbra (UC) que visa analisar a variação geográfica dos óbitos causados por diferentes tipos de cancro, em Portugal Continental, e estimar a sua associação a fatores sociais e ambientais.
A equipa multidisciplinar, envolvendo investigadores das Faculdades de Ciências e Tecnologia (Centro de Investigação em Antropologia e Saúde – CIAS) e de Letras (Geografia) da Universidade de Coimbra (UC), analisou os óbitos ocorridos entre 2007 e 2009, causados por 14 tipos de cancro nas 28 regiões definidas pela divisão territorial NUT III (Unidades Territoriais Estatísticas de Portugal).
Considerando a complexidade da doença cancerígena, as coordenadoras do estudo, Manuela Alvarez e Helena Nogueira, realçam que o conhecimento da variação da patologia ao longo do território nacional “é bastante útil para a definição de áreas de risco, por tipo de cancro, e relevante para os cuidados primários de saúde, permitindo o desenvolvimento de ações de prevenção dirigidas e a alocação de recursos adequados para a melhoria da qualidade dos serviços médicos”.
Nesta primeira fase do estudo, no âmbito da relação entre doença e sociedade, em que a equipa estabeleceu os padrões de mortalidade por tipo de cancro, foram encontradas associações significativas entre o aumento do risco de morte e os indicadores de desenvolvimento socioeconómico das regiões estudadas.
Foi igualmente observada “uma correlação negativa entre os indicadores de desenvolvimento e quase todos os tipos de cancro, com a exceção do cancro do pulmão, que apresenta uma correlação positiva com o índice de educação e cultura” adiantam as investigadoras da UC.
O estudo deverá prosseguir no terreno, com a aplicação de inquéritos individuais, para se perceber em detalhe os fatores que mais influenciam a doença.
Vão ser avaliados fatores como qualidade do ambiente – natural e construído – hábitos alimentares, acontecimentos de vida (divórcio, desestruturação familiar, etc.) e desemprego, entre outros.
SAPO Saúde
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