“O primeiro, que foi o vetor, foi diagnosticado a 19 de maio, tendo surgido posteriormente um outro doente que estava confinado ao quarto onde estava o primeiro doente. E agora surgiu um terceiro doente que estava na enfermaria da ortopedia A, no serviço de Medicina Física e Reabilitação, dado que é um internamento comum”, explicou aos jornalistas.

Segundo Cílio Correia, foi chamada a comissão de controle de infeção e “feita a profilaxia no conjunto dos profissionais identificados que tiveram contacto e exposição não controlada com estes doentes”. “Foi feita a profilaxia em 54 enfermeiros, 22 assistentes operacionais e nos 22 doentes” da ortopedia A, acrescentou.

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Segundo o médico, o tratamento é de três dias, "através de um líquido aplicado no tegumento cutâneo”, sendo que “a sarna tem um período de incubação durante cerca de três semanas, não é manifestação imediata” e, durante esse período, “vai fazendo as lesões até que é possível fazer o diagnóstico efetivo”.

Cílio Correia explicou que, atendendo ao período de três semanas de incubação, “faz-se o tratamento profilático”. Outra medida tomada foi a de “não haver rotatividade do pessoal entre as várias enfermarias da ortopedia, pelo que os que estão na ortopedia A só trabalham na ortopedia A”.

“A circunstância de haver enfermeiros que circulam pelas enfermarias pode ter sido o que fez alastrar e levou-nos a adotar essas medidas”, referiu, acrescentando que “só se considera a situação debelada a partir do não aparecimento de novos casos”. Um dos doentes a quem foi diagnosticada sarna - o que esteve no quarto com o primeiro doente - já teve alta.

Cílio Correia contou que comunicou a situação ao delegado regional de saúde pública, até porque o primeiro doente a ser diagnosticado, que ainda está internado no hospital, “teria o apoio de um centro de dia ou de um lar”.

Na sua opinião, foram adotados os procedimentos corretos e na altura adequada, “designadamente a tentativa de isolamento e confinamento” ao contexto do hospital. O presidente do Centro Hospitalar Tondela Viseu aconselhou as pessoas que verificarem “lesões pruriginosas que se mantêm por algum tempo e que não têm uma razão objetiva para isso” a ir ao seu médico de família.

Cílio Correia disse ser profissional no hospital de Viseu há mais de 25 anos e não se lembrar de uma situação como esta. “Motivo para preocupação há sempre, dado que não é muito comum haver este tipo de situações”, admitiu, acrescentando que, no entanto, se trata de “uma doença benigna”, que tem “um tratamento que está acessível e é barato”. “Não há razões para que as pessoas não o possam fazer, a partir do momento em que sintam que têm uma lesão pruriginosa que não passa”, referiu.

Segundo o responsável, a restrição da circulação dos doentes e o confinamento da situação só serão levantados “a partir do momento em que haja a garantia de que não aparecem novos casos”.

“É uma situação incerta. Pensamos que, não aparecendo novos casos, podemos na próxima semana fazer um ponto de situação para avaliar e ver se podermos ou não levantar para fazer a desinfestação da ortopedia A, B e C”, acrescentou.