Foi em Março, no Hospital Vall d'Hebron, em Barcelona, que uma equipa de médicos conseguiu o que nunca antes tinha sido feito: um transplante total de rosto. Ao longo de 24 horas, uma equipa composta por 30 profissionais dedicou-se a tentar devolver um pouco de normalidade à vida de Oscar, um jovem que, há cinco anos, na sequência de um acidente, deixou de poder respirar pelo nariz e pela boca, falar ou até engolir.
A rigidez do rosto é ainda visível, mas contrasta com a alegria do jovem, que conseguiu ultrapassar duas rejeições do transplante, uma na quarta semana após a intervenção e a outra entre o segundo e o terceiro mês, explicou em conferência de imprensa Joan Pere Barret, o chefe do serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do hospital.
A equipa médica autora do feito conseguiu transplantar «toda a pele e músculos do rosto, pálpebras, nariz, lábios, maxilar superior, todos os dentes, palato, ossos das maçãs do rosto e da mandíbula». E graças ao seu trabalho, Oscar já pode ingerir líquidos e começou a falar há dois meses. Ganhou ainda sensibilidade em grande parte da nova cara, embora ainda não tenha recuperado a mobilidade dos músculos, o que acontece de forma progressiva - ainda não fecha completamente os olhos ou a boca.
Fisicamente, Oscar está bem, embora nos próximos meses continue a ser seguido e a realizar sessões de fisioterapia e terapia facial, destinadas a permitir que recupere totalmente a mobilidade do rosto. Psicologicamente, os profissionais asseguram que está preparado para voltar para casa.
Fonte: Jornal Destak
2010-07-27
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