A notícia é avançada pelo jornal Público.

Crescimento do "cansaço extremo", "aumento do cinismo" na relação com os colegas, um desligamento "afetivo-emocional em relação às tarefas e ao trabalho" são queixas generalizadas recolhidas pelo Barómetro de Riscos Psicossociais 2014/2015.

Há cada vez mais trabalhadores esgotados, em risco de "burnout" - expressão usada para definir um distúrbio psíquico de caráter depressivo. O número de portugueses ativos com sintomas de esgotamento subiu em 2014/2015 para 17,3%.

Já em 2014, o mesmo estudo com base em 38.719 trabalhadores portugueses, feito entre 2008 e 2013, mostrava que a percentagem dos que se encontravam à beira de um esgotamento passara de 9%, em 2008, para 15%, em 2013.

Mais stress e maior risco 

Praticamente metade de quase 5000 trabalhadores inquiridos (48%) no Barómetro de Riscos Psicossociais 2014/2015 "estão submetidos a situações com elevado potencial de desenvolver burnout", diz João Paulo Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional, citado pelo jornal Público.

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Entre 2014 a 2015, foram inquiridas 4729 pessoas, tendo em consideração três áreas dos setores público e privado: Saúde, Educação e Serviços.

Os resultados mostram uma evolução negativa na exposição aos fatores de risco. Há mais situações de stress. Em 2013 eram relatadas por 62% dos inquiridos. Neste momento subiu para os 86,1%.

O sentimento de não reconhecimento também ganhou espaço. Em 2013, aproximadamente 73% dos inquiridos não se sentiam recompensados, agora esse valor atingiu os 87,41%.