Aled Osborne costuma falar abertamente sobre o VIH/Sida, até porque se tornou ativista dos direitos da comunidade LGBT com VIH/Sida com o intuito de disseminar informação sobre o vírus e contribuir para a luta contra a desinformação e iliteracia em saúde.
Este jovem inglês está medicado com antirretrovirais e tem níveis indetetáveis da infeção pelo vírus da Sida, o que significa que não transmite o vírus da imunodeficiência humana (VIH).
Quando utiliza aplicativos de relacionamento, como o Tinder ou o Grindr, a sua honestidade torna-se o seu pior inimigo, acabando por ser alvo de insultos e ofensas.
"Um indivíduo perguntou-me como contraí (o vírus) e depois quis saber se a pessoa (que me infetou) era mais velha. Quando perguntei porquê, ele respondeu: 'Sempre me pareceu que os jovens são mais saudáveis'. E, na sequência disso, perguntou-me se a pessoa era branca", começou por explicar à BBC, dando a conhecer alguns dos preconceitos mais comuns.
Por estar a fazer terapia antirretroviral, a carga viral de VIH no sangue de Aled Osborne está em níveis considerados indetetáveis — ou seja, próximos de zero (menos de 50 cópias de VIH por cada mililitro de sangue). Quem tem uma carga viral indetetável há pelo menos seis meses não é capaz de transmitir o vírus, mesmo que tenha uma relação sexual desprotegida.
O que é a terapia antirretroviral?
É uma combinação de medicamentos que impedir a replicação do VIH no organismo. Não é capaz de eliminar o vírus, mas pode reduzir a quantidade do mesmo no sangue para níveis indetetáveis. É tomada diariamente pelo portador do vírus ou de forma preventiva pelos grupos de risco.
Atualmente, existem 36,9 milhões de pessoas com o VIH/Sida no mundo, de acordo com dados do programa da Organização das Nações Unidas para a Sida, a ONUSIDA.
"Uma coisa que me dá arrepios é quando as pessoas me perguntam se estou limpo", cita a BBC. O que querem saber - acrescenta Aled, é se "estou livre" de qualquer doença sexualmente transmissível. "Mas o contrário de estar limpo é estar sujo. Ninguém quer dizer que é sujo", admite.
Aled Osborne também relata que recebe mensagens agressivas como: "O que fazes aqui?", "não deverias estar aqui", "não deverias fazer sexo" ou "não deveria estar à procura de uma relação".
Aled Osborne sugere que é preciso ter uma atitude mais humanista, mais informadas a baseada no afeto e amor pelo próximo. "Simplesmente as pessoas devem lembrar-se que estão a comunicar com outra pessoa. É outro ser humano que está a receber essas informações, não apenas uma foto no ecrã do telemóvel", recorda".
"Pergunte-se a si mesmo se faria essa mesma pergunta ao vivo". "Se a resposta for 'não', talvez não deva formulá-la também através do telemóvel", conclui.
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