O fim do financiamento dos bancos às empresas convencionadas com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai afetar todos os “cuidados primários em ambulatório”, disse à Lusa o presidente da Federação Nacional de Prestadores de Cuidados de Saúde.

Segundo Armando Santos, este problema “não se limita só à convenção e aos casos das dívidas do Estado às clínicas de diagnóstico por imagem”.

“Isto estende-se a todas as unidades que garantem cobertura dos cuidados primários de saúde em ambulatório à população portuguesa”, explicou, defendendo que “o Estado está a destruir de um dia para o outro, uma rede que demorou 30 anos a construir”.

Na terça-feira, enquanto presidente da Associação Nacional de Unidades de Diagnóstico por Imagem, Armando Santos disse à SIC que o Millenium BCP deixará, na sequência de uma carta enviada a 23 de setembro, de pagar os exames de diagnóstico em clínicas convencionadas pelo Estado.

Além do Millenium existe outro banco que já “informou o Governo” que cessou o sistema de pagamento a convencionados, adiantou à Lusa, acrescentando: "há três instituições envolvidas no nosso âmbito da federação e das empresas envolvidas, que são o Santander Totta, o Banco Espírito Santo e o Millenium BCP”.

Armando Santos garante que, este mês, todas as clínicas convencionadas com o SNS “estão em risco de não ter dinheiro para pagar as suas responsabilidades”.

“O mais grave disto é que são estas empresas que garantem o serviço de proximidade e a não existência de lista de espera em exames complementares de diagnostico à população portuguesa”, assinalou.

De acordo com Armando Santos, “quem pensa que os hospitais [públicos] podem garantir este tipo de atividade não tem noção de que os 100 milhões de atos por ano não podem ser absorvidos pelos hospitais”.

“A ideia de que os hospitais têm que potenciar a sua capacidade instalada não faz sentido, porque os hospitais já têm a sua capacidade instalada ultrapassada, porque senão não compravam fora”, defendeu.

Ver também: Millenium bcp deixa de ser credor do SNS

28 de setembro de 2011

Fonte: Lusa