A carreira n.º 736 liga o Cais do Sodré a Odivelas e o protesto realiza-se no Campo Pequeno.

O protesto visa sensibilizar a Carris para as constantes avarias das rampas dos autocarros e para as dificuldades de mobilidade que enfrentam os utilizadores de cadeiras rodas, disse à Lusa Jorge Falcato, deputado do Bloco de Esquerda e membro do Movimento dos Deficientes Indignados, que organiza o protesto.

“Cada vez que precisamos de um autocarro, a rampa ou não sai na totalidade, ou não sai mesmo, e somos obrigados a aguardar na paragem por um próximo que possivelmente pode vir avariado ou não”, afirmou Carla Oliveira, uma das participantes no protesto.

Segundo Carla Oliveira, aquilo “acontece diariamente”.

Metade da frota não está adaptada, mas utentes pagam passe por inteiro

“Pagamos um passe inteiro, só podemos usar metade da frota, porque a outra não está adaptada, e a que está adaptada tem as rampas avariadas”, sublinhou. As mesmas reclamações foram feitas por Maria Madalena Brandão, afirmando que já aconteceu ter de esperar por cinco autocarros para chegar um com a rampa a funcionar. “É muito frustrante e emocionalmente é muito mau”, disse.

As utentes criticaram também as dificuldades de acesso às estações do metropolitano de Lisboa e da CP.

“Esta prática da Carris, de acordo com a lei, é uma prática discriminatória, porque não está a oferecer as mesmas condições de acesso e de usufruto de um serviço. Está a discriminar as pessoas com deficiência, porque mesmo os autocarros que são acessíveis muitos deles têm as rampas avariadas e isto não pode continuar”, sublinhou Jorge Falcato.

O deputado explicou que a ação visa solucionar a solução e “chamar a atenção da Carris”, que está a discriminar pessoas com deficiência.

O protesto, que durou cerca de uma hora, terminou às 19:30 com a chegada da polícia.

No local, esteve também um representante da Carris, que ouviu as reclamações dos utentes.