Este foi um ano de primeiras vezes: foi a primeira vez que o evento teve o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República, e foi também a primeira vez que teve lugar no Porto.
O auditório do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil (IPO) do Porto foi o palco para um dia de conversas esclarecedoras, conduzidas pela jornalista Fernanda Freitas que logo no início lançou o mote: “façamos deste dia, um dia de aprendizagem e de partilha”.
O 5º Seminário de Oncologia Pediátrica teve como ponto de partida intervenções de pessoas ilustres ligadas ao cancro infantil, como José Maria Laranja Pontes, presidente do IPO do Porto, que anunciou que a instituição se encontra, a partir de agora, credenciada para fazer tratamentos CAR-T cell.
Maria do Bom Sucesso, coordenadora da Unidade de Oncologia Pediátrica do Centro Hospitalar de São João; Nuno Farinha, oncologista pediátrico no Centro Hospitalar Universitário de São João e presidente da Sociedade de Hematologia e Oncologia Pediátrica; José Carvalhinho, do Núcleo Norte da Acreditar; e Karla Osório de Castro, presidente da Fundação Rui Osório de Castro, foram outras das personalidades que estiveram presentes na abertura deste seminário, com a última a garantir que Fundação pretende, no futuro, “abranger mais zonas do país, para chegarmos mais perto das crianças”.
Feitas as apresentações, foi hora de debater a “Alimentação e o Cancro: Mitos e Verdades”; para isso, foram convidadas as nutricionistas do IPO do Porto e do Centro Hospitalar de São João, Laura Ribeiro e Diana e Silva, respetivamente; Cristiana Fonseca, do Departamento de Educação para a Saúde da Liga Portuguesa Contra o Cancro; Daniela Graça, enfermeira no IPO de Lisboa; e Tânia, a mãe de uma sobrevivente de cancro infantil.
Temos que ter humildade para estudar estas questões. Um doente oncológico infantil precisa de consumir proteínas, hidratos e gorduras para crescer saudável”, disse Diana e Silva, que afirmou que “tem que se brincar com a comida. Mas é brincar bem.
Apesar de não haver “guidelines especificas para crianças com cancro”, Laura Ribeiro salientou que crianças com cancro não são adultos em ponto pequeno, pelo que é importante que se “alimentem de forma nutritiva e adequada”.
No final deste painel, e depois da intervenção de uma enfermeira na plateia que trabalhou num hospital pediátrico de Inglaterra, ficou a ideia de que as crianças devem ser envolvidas no processo alimentar e de que é necessário alguma “invenção” por parte dos cuidadores.
“São realmente as escolas inclusivas para as crianças que passam por um diagnóstico de cancro?” foi a pergunta a que Rui Gaspar Morais, docente no IPO do Porto; Dina Ribeiro e Sandra Brites, docentes do IPO de Lisboa; Antonieta Reis, responsável pelo projeto “Aprender Mais” da Acreditar; Alexandra Crespo, da Direção Geral de Educação; uma sobrevivente de cancro infantil e Lígia, a mãe do pequeno Rodrigo, um menino que irrompeu pelo palco fazendo as delícias dos presentes, tentaram responder.
Depois, foi a altura de entregar o Prémio Rui Osório de Castro/Millennium bcp, que teve como vencedora nesta 3ª edição Ana Cordeiro, profissional no Serviço de Oncologia do Hospital Pediátrico de Coimbra, pelo seu projeto “Interleucina 6 (il-6) e interleucina 8 (il-8) como preditores de infeção bacteriana em doentes oncológicos pediátricos com neutropenia febril”.
Sandra Alves, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, e Delfim Duarte, do i3S, foram os destinatários de menções honrosas.
Para além de representantes da Fundação Rui Osório de Castro e da Fundação Millennium, respetivamente Karla Osório de Castro e António Monteiro, este painel também contou com a participação de Carla Marques, vencedora da 2ª edição deste prémio, que explicou quais os desenvolvimentos que o seu projeto, “Reabilitação cognitiva online em crianças e jovens sobreviventes a Tumores do Sistema Nervoso Central”, fez neste último ano.
Durante a entrega dos prémios, Cristina Potier, diretora geral da Fundação Rui Osório de Castro, anunciou que o protocolo de cooperação entre as duas entidades foi renovado por mais três anos.
Nuno Farinha regressou ao palco para explicar “O b a ba da investigação em oncologia pediátrica”, numa apresentação que foi pautada pela intervenção de diversas pessoas que estavam a assistir.
O último painel teve como tema “As necessidades dos Cuidadores”; para isso, foram convidadas Susana Moutinho, psicóloga no IPO do Porto, Rosa Gomes, assistente social no Hospital Pediátrico de Coimbra, Juliana Monteiro, enfermeira no Centro Hospital de São João, Isabel Aragão, da Fundação Infantil Ronald McDonald, e Deolinda Leão, responsável na Acreditar.
O 5º Seminário de Oncologia Pediátrica terminou com a apresentação da música “Falta Pouco”, um rap que nasceu da cooperação entre alunos do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) da Escola Básica Professor Egas Moniz em Avanca, pertencente ao Agrupamento de Escolas de Estarreja, e que pretende transmitir força e otimismo às crianças e adolescentes que se encontram em processo de tratamento.
Fonte: PIPOP
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