O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres - não considerando o cancro da pele - e corresponde à segunda causa de morte por cancro na mulher. Em Portugal, são detetados por ano cerca de 6.000 novos casos de cancro da mama, sendo que 1.500 mulheres acabam por morrer vítimas da doença.
Um dos aspetos mais importantes para prevenir esta patologia oncológica é alertar a pessoa para a capacidade de reconhecimento dos sintomas de forma precoce.
Segundo o cirurgião plástico David Rasteiro, "hoje em dia felizmente já existe uma maior consciencialização das mulheres portuguesas para os perigos do cancro da mama. No entanto o mais importante é seguir alguns passos como falar com o seu médico e realizar exames regulares que permitam detetar o problema em fase inicial".
Os exames de rastreio assumem-se como uma garantia vital de precaver qualquer situação de doença. Conversar em ambiente de consulta com o seu médico, colocar questões acerca de quando começar e com que frequência deve fazer exames para despistar a doença, são passos muito importantes no combate a uma das doenças que mais afeta a população portuguesa, em especial a população feminina.
De acordo com David Rasteiro, "existem alguns exames que ajudam a detetar a doença. Desde o autoexame da mama por parte da mulher até a uma mamografia de diagnóstico, é possível estar a tento aos sinais de alerta".
Outro ponto referido pelo médico prende-se com a "a importância do rastreio regular que é recomendado entre os 50-69 anos com exames de 2 em 2 anos". Caso existam alguns fatores de risco então sim é recomendado mais cedo, podendo ser necessário realizar um exame de rastreio a partir dos 40 anos.
A importância do autoexame
O autoexame da mama assume um valor significativo na prevenção da doença. De acordo com David Rasteiro, "uma mulher deve saber realizar um autoexame à mama. Pequenos gestos podem ser relevantes para detetar um problema".
Este exame deve ser feito mensalmente, para avaliar quaisquer alterações nas mamas. A melhor altura para realizar o autoexame da mama, é aproximadamente uma semana depois da menstruação (no final do período menstrual). Se não tem uma menstruação regular, deverá realizar, preferencialmente, o autoexame sempre no mesmo dia de cada mês. Se notar algo não usual, durante o autoexame da mama ou em qualquer outra altura, deve sempre contactar o médico, logo que possível.
Para David Rasteiro, "é importante perceber que este autoexame não substitui a eficácia de análise do exame clínico. Caso sinta alguma alteração na região da mama deve imediatamente contactar o seu médico e realizar os devidos exames para avaliar a situação".
Os 7 passos do autoexame
- Coloque-se de pé (preferencialmente em frente a um espelho).
- Tenha atenção à posição dos braços. Devem estar caídos ao longo do corpo.
- O passo seguinte envolve comparar as duas mamas tendo em especial atenção ao tamanho e forma. Tenha presente que é perfeitamente normal uma mama apresentar maior volume que outra. Verifique se em alguma das mamas são visíveis nódulos ou pequenas saliências na pele em torno da mama.
- Após verificar o aspeto geral da mama foque-se na região do mamilo. Deve prestar atenção a eventuais presenças de nódulos ou algum tipo de secreção que seja visível nesta zona.
- De seguida deve levantar o braço esquerdo e examinar a mama esquerda com a sua mão direita. Pressione de forma suave com a ponta dos dedos e palpe toda a mama. Este passo é importante para verificar eventuais caroços ou nódulos que não sejam visíveis antes da palpação.
- De seguida deverá massajar com a mão direita a zona da axila esquerda e a zona abaixo da mama. Mais uma vez a intenção deste passo é detetar eventuais formações anómalas em toda a região que está a observar.
- Por último repita estes mesmos passos na mama direita de forma a concluir o exame.
Reconstrução mamária com introdução de implante
Quando uma mulher se depara com uma situação de cancro de mama surge a necessidade de readaptar a zona mamária atingida pela doença. A cirurgia estética de reconstrução mamária consiste em reconstruir a mama de forma a poder corresponder às expetativas da paciente. Para o médico David Rasteiro, "esta cirurgia deve ser sempre realizada por um cirurgião certificado pela Ordem dos Médicos e pressupõe responder às angústias de uma mulher que sofre com a perda de uma/duas mamas durante um processo de cancro e respetivo tratamento".
A reconstrução mamária pretende voltar a dar a mulher as suas formas e devolver, quer do ponto de vista físico, quer psicológico o equilíbrio e autoestima perdidos durante a doença.
Atualmente o processo da reconstrução mamária consiste na introdução de um implante mamário na zona abaixo do músculo da mama. Com esta cirurgia pretende-se devolver a forma e firmeza à mama.
Existem próteses mamárias ao nível médico que podem ajudar no processo de reconstrução mamária. Para o cirurgião David Rasteiro, "o mais recomendável são as próteses mamárias de poliuretano, que reduzem as taxas de contractura capsular e suas complicações, o que pode ser importante de forma a evitar uma recessiva do cancro".
Última geração de próteses B-LITE
Recentemente foram implantadas em Portugal a última geração de próteses mamárias, as B-Lite. As novas próteses B-Lite resultam de mais de 30 anos de investigação na área da saúde e vêm revolucionar a cirurgia plástica, conferindo um conjunto de benefícios a quem opta por este novo tipo de próteses. Questões como o aumento da durabilidade das próteses, o conforto para a mulher e o cada vez menor índice de rejeição, são fatores que tornam as B-Lite uma excelente alternativa em casos específicos de recuperação de cancro da mama.
Segundo David Rasteiro, "estas novas próteses são muito mais leves do que as que tínhamos até hoje. Esta leveza vai permitir atuar em casos como a perda da gravidade da mama, aumentando assim uma maior comodidade para a mulher". As próteses B-Lite, pela composição, assumem-se como próteses mais leves, acabando por ter uma maior utilidade, sobretudo quando a pele da paciente pode já estar frágil dos tratamentos e cirurgias anteriores.
O cirurgião David Rasteiro explica que "o interior das próteses B-Lite possuem, além do tradicional gel de silicone, microesferas de B-Lite, material que lhe confere a considerável redução no peso. O gel utilizado nas B-Lite é composto por microesferas de boro silicato inerte, de elevada pureza e ocas, frequentemente usadas pela NASA como uma solução de preenchimento leve, mas muito resistente". Este elemento permite também tornar as B-Lite uma prótese de menor rejeição quando utilizadas numa paciente.
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