Para evitar o risco de infeção pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2) em grávida, o Núcleo de Estudos de Medicina Obstétrica (NEMO) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) emitiu hoje várias recomendações.

Segundo os especialistas em obstetrícia, as grávidas devem evitar dirigir-se aos centros hospitalares, exceto se estritamente necessário. 

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Para tal, aconselham, os internistas devem realizar consultas de Medicina Obstétrica por teleconsulta. “Preferencialmente as grávidas devem ter uma via de contacto direto com o internista assistente, nomeadamente endereço de e-mail”.

“As grávidas deverão ser instruídas sobre os sinais de alarme da eventual agudização da sua patologia de base, e dos motivos que as levem a contactar a linha SNS 24 ou o INEM”, refere o NEMO em comunicado.

Os especialistas sublinham que, “não obstante o número de casos de infeção COVID-19 em grávidas não ser elevado”, deve assumir-se que o risco é o mesmo da população geral, pelo que as grávidas devem cumprir as medidas de redução de contágio como o isolamento social e a etiqueta respiratória.

“Sabe-se que as alterações imunológicas da gravidez podem predispor para infeções respiratórias, aumentando a morbilidade materna”, afirmam, acrescentando que “pouco ainda se sabe sobre a transmissão vertical, mas parece ser reduzida”.

O NEMO realça que não há evidência de que o vírus passe o leite materno e lembra que “os benefícios da amamentação superam qualquer risco potencial de transmissão COVID-19 pelo leite materno”.

“As mães que amamentam devem tomar todas as possíveis precauções para evitar transmissão como lavagem de mãos frequente e usando uma máscara facial, durante a amamentação”, recomenda.

De acordo com os especialistas, “não há evidência de que após o parto, uma mulher com Covid-19 deva ser separada do seu filho”, advertindo que “o impacto da separação parece ser mais prejudicial do que o risco de infeção”.

Os especialistas apelam à adoção de medidas que reduzam o risco de infeção: lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool, como álcool em gel, evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.

Devem também evitar o contacto próximo com pessoas doentes, cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e deitar no lixo, limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

O NEMO adverte que as máscaras cirúrgicas são essenciais para as pessoas doentes e recomendadas nas regiões mais afetadas, mas não garantem uma proteção de 100% contra a epidemia.

“Estas recomendações não devem sobrepor-se a novas recomendações que a tutela venha a emitir” para controlo da disseminação comunitária da doença, ressalva.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou no domingo o número de casos de infeção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado.

Entre os casos identificados, 149 estão internados, dos quais 18 em unidades de cuidados intensivos, e há duas pessoas recuperadas.

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